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Myanmar: Movimento civil birmanês nomeado para Nobel da Paz

Um grupo de professores da Universidade de Oslo indicou para Prémio Nobel da Paz de 2022 o movimento de desobediência civil de Myanmar (antiga Birmânia) contra o golpe de Estado no país, informou hoje a televisão pública norueguesa.

Myanmar: Movimento civil birmanês nomeado para Nobel da Paz
Notícias ao Minuto

13:07 - 26/03/21 por Lusa

Mundo Nobel

O prazo para nomear candidatos ao prémio deste ano era 31 de janeiro, véspera do dia em que ocorreu o golpe militar naquele país.

"Chegou a altura de dar um prémio ao movimento popular que está na linha da frente pela democracia e pela paz e que mostra oposição não violenta contra a brutal junta militar", defendeu a professora do Instituto de Sociologia da Universidade de Oslo e promotora da iniciativa, Kristian Stokke.

Stokke sublinhou que os participantes nos protestos em Myanmar correm o risco de "serem presos, torturados ou mortos", mas, mesmo assim, escolheram "lutar pela liberdade através de greves, manifestações pacíficas e oposição não violenta".

O Comité do Nobel norueguês premiou em 1991 a líder da oposição birmanesa Aung San Suu Kyi, que só pôde viajar para Oslo para fazer o discurso de aceitação 21 anos depois.

A junta militar birmanesa anulou os resultados das eleições realizadas em 2020, vencidas pela Liga Nacional para a Democracia (LND), liderada por Aung San Suu Kyi, detida após o golpe.

Os ativistas pró-democracia convocaram hoje manifestações para o fim de semana em todo o país, por ocasião do "Dia das Forças Armadas", que comemora a data de 27 de março de 1945, quando aquele que seria mais tarde considerado o herói da independência, o general Aung San, pai de Aung San Suu Kyi, liderou uma manifestação contra as forças de ocupação japonesas.

"Está na hora de lutar novamente contra a opressão militar", disse o líder do protesto Ei Thinzar Maung, em mensagem publicada no Facebook.

"No dia 27 de março, vamos unir-nos pela revolução popular e conquistar as ruas", apelou.

A violência da repressão policial às manifestações já provocou pelo menos 320 mortos e cerca de 3.000 detenções, segundo a Associação de Assistência a Presos Políticos (AAPP), mas o número de mortos pode ser maior, já que centenas de pessoas estão desaparecidas. A junta refere haver 164 mortes.

Hoje de madrugada, foi registado mais um morto quando, na região de Bago, vizinha de Rangum, a polícia foi à casa de um deputado do LND, Kyaw Aye Win, para prender o seu filho, o que levou os manifestantes a dirigirem-se para a porta da esquadra da polícia e exigirem a sua libertação.

"Quando a polícia tentou dispersar os manifestantes, um homem foi morto com um tiro" no rosto, explicou um deputado local, especificando que se tratava de um estudante.

Também esta madrugada, mas em Rangum, um cocktail molotov causou um pequeno incêndio na sede da Liga Nacional para a Democracia, cujos deputados vivem na clandestinidade desde o golpe de Estado de 1 de fevereiro, tendo formado um parlamento paralelo.

Em contrapartida, mais de 300 pessoas detidas durante os protestos foram hoje libertadas, segundo um responsável da prisão.

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