Grécia assinala 200 anos de independência com parada militar
A Grécia assinalou hoje os 200 anos de independência do Império Otomano (1821) numa Atenas vazia, devido aos constrangimentos da pandemia de covid-19, com uma parada militar sem público, mas com a presença de vários representantes internacionais.
© Getty Images
Mundo Grécia
Depois de mais de um ano de preparativos com o objetivo de realizar vários eventos para comemorar o bicentenário, a crise pandémica veio condicionar os planos das autoridades helénicas.
Como tem sido habitual ao longo dos anos, o país assinalou a data com uma tradicional parada militar na central praça Syntagma, em frente ao parlamento grego, mas, desta vez, o público não teve permissão para estar nas ruas e esteve ausente nas comemorações.
Na praça, adornada com 200 bandeiras nacionais, desfilaram os emblemáticos 'Evzones' (guarda presidencial) e representantes de todos os ramos das Forças Armadas gregas, acompanhados de tanques e de equipamento de artilharia.
"Hoje, a nação está a celebrar", declarou o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, enquanto uma grande bandeira nacional grega, branca e azul, era hasteada solenemente na colina da Acrópole.
O dia 25 de março, o feriado nacional grego, assinala o início da insurreição em 1821 que acabaria por desencadear a independência da Grécia do Império Otomano nove anos depois. O processo colocou fim a uma ocupação que durou quatro séculos.
"Há dois séculos, um punhado de combatentes determinados na Grécia e no estrangeiro levantaram a bandeira da independência (...) com a ajuda dos seus aliados, lutaram heroicamente e conquistaram a sua liberdade", afirmou Kyriakos Mitsotakis, após um sobrevoo de caças Rafales e Mirage (franceses), F16 (norte-americanos) e de helicópteros do exército grego.
Acompanhada por uma forte presença policial - mais de 4.000 agentes destacados, entre outros recursos, para a segurança das celebrações -, a parada militar teve como único público presencial políticos de todos os partidos gregos e, pela primeira vez, representantes de alto nível do Reino Unido, França e Rússia, países que em 1827 impediram o Império Otomano de esmagar a revolução e contribuíram de forma decisiva para a criação do Estado helénico em 1830.
Entre os representantes dos "aliados" estiveram o Presidente de Chipre, Nikos Anastasiadis, o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, o príncipe Carlos, herdeiro da coroa britânica, e a mulher, Camilla Parker Bowles,e a ministra da Defesa francesa, Florence Parly.
As celebrações do bicentenário coincidem com um período em que as relações entre a Grécia e a Turquia (dois Estados-membros da NATO), sempre delicadas e historicamente tensas, vivem um momento de alta tensão, por causa de diferendos em torno da zona do Mediterrâneo Oriental.
Ao longo dos últimos meses têm existido tensões diplomáticas e disputas verbais entre Atenas e Ancara à volta da exploração de gás no Mediterrâneo Oriental, onde os dois países divergem em relação às zonas económicas exclusivas (ZEE) e à plataforma continental.
Os dois países retomaram recentemente os contactos num esforço para resolver as diferenças.
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