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Diplomata chinês em Roma convida deputados italianos a visitarem Xinjiang

O embaixador chinês em Roma convidou hoje os deputados italianos a visitarem pessoalmente a região de Xinjiang, na China, para verificar se a minoria muçulmana de uigures é realmente vítima de "genocídio".

Diplomata chinês em Roma convida deputados italianos a visitarem Xinjiang
Notícias ao Minuto

17:33 - 24/03/21 por Lusa

Mundo Xinjiang

A China tem sido acusada pela comunidade internacional de perseguir e reprimir a minoria muçulmana de uigures na região de Xinjiang, o que levou vários países e organizações, incluindo os Estados Unidos e União Europeia (UE), a determinar sanções contra o regime de Pequim, apesar dos sucessivos desmentidos do Governo chinês.

"Convido-vos pessoalmente a irem a Xinjiang (...) para verem a realidade e averiguarem se realmente existe um genocídio, se os uigures realmente sofreram um genocídio nos últimos 20 anos", disse o embaixador Li Junhua, dirigindo-se ao comité de Negócios Estrangeiros do Parlamento italiano.

"Se quiserem ir, avisem-me. Digam à embaixada, para que possamos organizar (a viagem)", acrescentou Li.

De acordo com várias organizações internacionais, pelo menos um milhão de uigures foram internados em campos, que as autoridades chinesas designam por "campos de formação", e muitos foram submetidos a trabalhos forçados e práticas de esterilização.

A China nega categoricamente as duas últimas acusações e afirma que os campos são "centros de formação profissional" destinados a evitar que os uigures sejam atraídos por movimentos extremistas religiosos e separatistas.

Desde 2019, a China insiste em que convida diplomatas estrangeiros para visitar Xinjiang, mas uma delegação da UE disse, nesse mesmo ano, que as pessoas com quem tinham contactado estavam controladas e liam a partir de textos que tinham sido preparados pelas autoridades chinesas.

Uma outra viagem, destinada a embaixadores de países da UE, foi este mês cancelada.

Na segunda-feira, a UE, Reino Unido e Canadá colocaram na lista negra quatro antigos e atuais funcionários chineses em Xinjiang, acusados de reprimir os uigures, e os Estados Unidos tomaram medidas semelhantes.

O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Dominic Raab, disse nessa altura que as medidas são parte de uma "diplomacia intensiva" do Reino Unido, Estados Unidos, Canadá e os 27 países da UE para forçar a ação num contexto de evidências crescentes de graves violações de direitos humanos contra o povo uigure.

As sanções de Londres incluem proibição de viagens e congelamento de bens contra quatro responsáveis chineses, disse hoje Raab no parlamento britânico.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse por seu turno que "uma resposta transatlântica unida envia um forte sinal para aqueles que violam ou abusam dos direitos humanos", adiantando que serão tomadas "outras ações em coordenação com parceiros que pensam da mesma forma".

A China respondeu proibindo 10 diplomatas europeus de entrar no seu território, levando Itália, França, Alemanha e outros governos da UE a convocarem embaixadores chineses nos seus respetivos países para protestar contra essas medidas.

Em Roma, a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros, Marina Sereni, reiterou a solidariedade italiana às vítimas das "inaceitáveis" sanções chinesas.

Perante o comité de deputados italianos, o embaixador Li Junhua defendeu que a China foi "compelida a reagir" a uma ação hostil.

"Será que é apenas a UE que pode impor sanções à China? A China não pode fazer o mesmo? Teremos, assim, uma relação justa e igual?", questionou o embaixador chinês em Roma.

Leia Também: China chama embaixador da UE em Pequim depois de sanções sobre Xinjiang

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