Escócia. Nicola Sturgeon ilibada de violar normas de conduta ministerial
A chefe do Governo escocês, Nicola Sturgeon, foi hoje ilibada de ter desrespeitado as normas que regem o executivo autónomo da Escócia (Código Ministerial) na forma como foram tratadas alegações de assédio sexual sobre o seu antecessor, Alex Salmond.
© Reuters
Mundo Nicola Sturgeon
Um relatório do conselheiro independente do governo escocês sobre conduta ministerial, James Hamilton, publicado hoje conclui que a primeira-ministra escocesa "não violou as disposições do código ministerial" em nenhuma das quatro questões analisadas.
Em causa estava, nomeadamente, a falha em registar reuniões e discussões por telefone com Alex Salmond e outras pessoas em março, abril, junho e julho de 2018, e a alegada tentativa de influenciar a conduta da investigação sobre as alegações feitas contra o Salmond no âmbito do Procedimento para Tratamento de Queixas de Assédio sexual.
O Código determina que qualquer ministro que engane intencionalmente o Parlamento é de "esperar que apresente a sua demissão".
Na terça-feira de manhã será publicado um outro relatório com as conclusões de uma comissão parlamentar do Parlamento escocês que interrogou Alex Salmond e Nicola Sturgeon durante várias horas cada um.
Segundo vários meios de comunicação, incluindo a Sky News e BBC, a maioria dos membros votou a favor de que Sturgeon induziu o Parlamento em erro, pelo que o Partido Conservador propôs uma moção de censura, que poderá ser votada também na terça-feira.
A Comissão inclui quatro deputados do Partido Nacionalista Escocês (SNP), dois do Partido Conservador, um do Partido Trabalhista, um Liberal Democrata e o independente Andy Wightman, tendo a oposição votado em bloco.
Salmond alegou ter sido vítima de um "plano malicioso" elaborado por personalidades do SNP próximas de Sturgeon para o afastar da vida política, mas Sturgeon considerou "absurda" a ideia de que conspirou contra o antigo mentor.
Em março de 2020, Salmond foi absolvido por um tribunal de 13 crimes sexuais, e o Governo escocês já tinha sido condenado em 2019 a indemnizá-lo em 555 mil euros por ter desrespeitado um procedimento legal na investigação interna de duas dessas denúncias.
Alex Salmond acusou a sua sucessora de mentir ao Parlamento e de infringir o Código Ministerial por não ter informado corretamente os deputados das reuniões que mantiveram durante a gestão das denúncias de assedio que duas trabalhadoras haviam apresentado contra si.
Os dois líderes nacionalistas tiveram uma reunião não registada oficialmente na residência privada de Sturgeon a 02 de abril, na qual Salmond expressou a sua preocupação sobre as queixas apresentadas e pediu a mediação, disse o ex-primeiro-ministro.
Mas, após ter afirmado várias vezes no parlamento esta versão, Sturgeon foi forçada a admitir que terá sido informada das queixas pelo antigo chefe de gabinete de Salmond dias antes.
De acordo com Salmond, a sua sucessora mostrou-se pouco familiarizada com o assunto e mostrou-se "disposta a cooperar" num processo de mediação, uma opção que não estava contemplada no regulamento sobre denúncias de assédio sexual.
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