Junta militar declara ilegal "governo" formado por deputados eleitos

A junta militar de Myanmar (antiga Birmânia) declarou ilegal o "governo civil" formado na clandestinidade por deputados eleitos nas legislativas de novembro último, após o golpe de Estado de 1 de fevereiro.

Myanmar

© STR/AFP via Getty Images

Lusa
22/03/2021 08:49 ‧ 22/03/2021 por Lusa

Mundo

Myanmar

Segundo o jornal local Global New Light of Myanmar, a junta acusa o Comité de Representantes da Assembleia da União (CRPH), também conhecido como "governo civil", de ameaçar "o Estado de direito, a paz e a estabilidade" do país.

Anteriormente, a junta militar acusou alguns membros do CRPH de alta traição, incluindo o seu representante especial na Organização das Nações Unidas (ONU), atualmente no exílio.

Composto por cerca de 20 parlamentares eleitos nas eleições de novembro passado, o CRPH foi criado poucos dias após o golpe militar liderado pelo chefe do exército, general Min Aung Hlaing.

A maioria dos seus membros fazem parte da Liga Nacional para a Democracia, o partido da líder deposta, Aung San Suu Kyi, vencedora das mais recentes eleições.

Uma das primeiras decisões do CRPH foi confirmar no cargo o presidente, Win Myint, e a conselheira de Estado Suu Kyi, detidos pelos militares, juntamente com mais de 2.200 prisioneiros políticos.

O CRPH apelou à desobediência civil e declarou a junta militar, oficialmente conhecida como Conselho de Administração do Estado, um "grupo terrorista", após a violenta repressão dos protestos contra o golpe de Estado, que já fez pelo menos 250 mortos.

Além disso, contratou o escritório de advogados Volterra Fietta para levar a junta birmanesa à Justiça internacional, um ambicioso processo que será conduzido pelo advogado espanhol Alvaro Nistal, segundo a agência de notícias espanhola Efe.

Os militares tomaram o poder em 01 de fevereiro, alegando irregularidades durante o processo eleitoral do ano passado, apesar de os observadores internacionais terem considerado a votação legítima.

Desde então, milhares de pessoas têm-se manifestado contra o golpe de Estado, sobretudo na capital económica, Rangum, e em Mandalay, a segunda maior cidade do país.

Leia Também: Myanmar: ONU exige resposta internacional firme à repressão

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