Dirigentes de partido pró-curdo da Turquia detidos em todo o país
A polícia turca deteve esta sexta-feira dezenas de quadros do HDP, o principal partido pró-curdo que pode vir a ser proibido, indicaram membros da formação política aos jornais da Turquia.
© Reuters
Mundo Turquia
Na quarta-feira, um procurador turco pediu ao Tribunal Constitucional a proibição do Partido Democrático dos Povos (HDP), a terceira formação política do país que o Presidente Turco, Recep Tayyip Erdogan, acusa de envolvimento em atos terroristas.
Dez dirigentes do HDP foram presos hoje em Ancara, 10 em Istambul, 15 em Adana (sul) e 11 em Kocaeli e Eskisehir (noroeste), de acordo com vários jornais.
O partido confirmou 36 detenções até ao momento, sendo acusados de ligação aos "rebeldes curdos".
O HDP é alvo da repressão governamental desde 2016, ano em que o líder do partido, Selahattin Demirtas, foi detido, continuando preso apesar dos vários recursos que foram apresentados ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.
No processo de acusação contra o HDP, o procurador usou os argumentos do Presidente Erdogan afirmando que o partido está ligado de "forma orgânica" ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), qualificado como terrorista pelo governo de Ancara.
O mesmo procurador pede também que 687 membros do HDP sejam impedidos de exercerem funções políticas no país durante um período de cinco anos.
A secretária-geral do Conselho da Europa, Marija Pejcinovic Buric, considerou "muito problemática" a eventual proibição do HDP.
Na quarta-feira, o Parlamento da Turquia retirou o mandato a um deputado do HDP, Faruk Gergerlioglu, conhecido pelas posições críticas dos abusos contra os direitos humanos cometidos por Erdogan.
Por outro lado, a polícia prendeu hoje em Ancara o chefe da Associação dos Direitos Humanos (IHD), Ozturk Turkdogan, durante uma busca domiciliária, indicou a organização não-governamental.
"Os nossos advogados estão a tentar obter informações sobre o assunto. Esta detenção é uma violação flagrante dos direitos humanos. Ele (Turkdogan) deve ser libertado de imediato", disse a organização através da rede social Twitter.
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