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Ucrânia e Lituânia denunciam violações de cessar-fogo no Donbass

Os Presidente da Ucrânia e Lituânia, Volodymyr Zelenskiy e Gitanas Nauseda, respetivamente, denunciaram hoje uma escalada das violações de cessar-fogo no Donbass pelas milícias apoiadas pela Rússia.

Ucrânia e Lituânia denunciam violações de cessar-fogo no Donbass
Notícias ao Minuto

16:22 - 18/03/21 por Lusa

Mundo Ucrânia e Lituânia

"Detetamos tendências preocupantes para a situação de segurança no leste da Ucrânia, um aumento nas provocações e tentativas de minar o cessar-fogo, falta de progresso na implementação dos acordos de Minsk por parte da Rússia", assinalou Zelenskiy em conferência de imprensa, após a reunião entre os dois Presidentes.

Por seu lado, o homólogo lituano disse haver registos de "agressão russa e números crescentes de violações" do cessar-fogo.

"Não vemos qualquer intenção da Rússia de pôr fim à guerra e pedimos um endurecimento das sanções", enfatizou.

Nos últimos dias, Kiev denunciou um aumento nos ataques de morteiros e de franco-atiradores contra as suas posições ao largo da linha de separação das forças, por parte dos combatentes apoiados pela Rússia.

Dois soldados ucranianos foram mortos e vários outros ficaram feridos este mês, de acordo com a assessoria de imprensa da Operação de Forças Conjuntas no Donbass, onde as forças ucranianas e milícias pró-russas lutam desde 2014.

No Donbass, está em vigor um cessar-fogo desde 2015, mas tem sido continuamente violado e, em julho de 2020, foram tomadas medidas para o reforçar, embora a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) continue a registar violações quase diárias, tanto em Lugansk como em Donetsk.

A representante especial dessa organização na Ucrânia, Heidi Grau, confirmou na quarta-feira, após reunião com o Grupo de Contacto Trilateral para o Donbass (Ucrânia, Rússia e OSCE), um aumento gradual nas violações do cessar-fogo desde novembro passado, embora argumentasse que continuam muito abaixo do nível médio registado em 2020.

A responsável pediu a todas as partes "que se abstenham de qualquer ação ou declaração que possam ser interpretadas como provocativas ou que possam levar a um aumento das tensões".

O Presidente ucraniano não respondeu a perguntas sobre se acredita que a escalada na linha de contacto é uma reação à decisão da Ucrânia, em fevereiro, de banir três cadeias de televisão vinculadas a um político com laços com o Kremlin.

Zelenskiy defendeu que esse passo é parte da sua estratégia para "defender a Ucrânia na guerra de informação" e das tentativas de "minar a independência da Ucrânia" a partir do próprio país.

A guerra no Donbass (leste), que desde o seu início já provocou cerca de 13.000 mortos e dezenas de milhares de deslocados, iniciou-se pouco após a fuga para a Rússia do ex-presidente ucraniano pró-russo, Viktor Ianukovich, e a chegada ao poder de um pró-ocidental, Petro Poroshenko.

Na sequência desta alteração de regime a Rússia anexou por sua vez a península da Crimeia, com maioria de população russófona.

Após meses de encarniçadas batalhas, as hostilidades apaziguaram-se consideravelmente com a assinatura dos acordos de paz de Minsk em fevereiro de 2015.

Quatro anos mais tarde, o ex-comediante Volodymyr Zelenskiy foi eleito para a Presidência da Ucrânia com a promessa de terminar com a guerra.

Mas após tímidos avanços - uma cimeira, algumas trocas de prisioneiros e retirada de tropas em diversas pequenas zonas da linha da frente - o processo de paz encontra-se de novo num impasse.

Em 2020, as fações beligerantes conseguiram chegar a acordo sobre uma nova trégua, que foi mais ou menos respeitada durante meses, e que prognosticava um acordo mais duradouro.

Em 2020, a Ucrânia referiu-se a 50 soldados mortos nas suas fileiras contra 100 em 2019, uma redução também motivada pelo cessar-fogo, mas desde o início deste ano que a tensão voltou a agravar-se.

Por sua vez, os separatistas anunciaram este mês a morte de três combatentes.

Desde meados de fevereiro foram mortos oito militares ucranianos na linha da frente e Kiev acusou Moscovo e os separatistas de utilizarem armas proibidas pelos acordos de paz de Minsk.

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