Presidente insta Saad Hariri a formar governo ou a afastar-se
O presidente libanês, Michel Aoun, instou hoje o primeiro-ministro designado, Saad Hariri, a formar um governo o mais rápido possível para responder à aguda crise económica que o país enfrenta ou, caso contrário, deve afastar-se.
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Mundo Líbano
"No caso de o primeiro-ministro designado, Saad Hariri, estar incapacitado para compor e presidir um governo de salvação nacional que trate das situações perigosas enfrentadas pelo país e o seu povo, deve então abrir espaço para todos os que sejam capazes de formar [um executivo]", disse Aoun, em discurso transmitido pela televisão.
Neste sentido, endereçou um convite público a Hariri, que foi nomeado em outubro de 2020, para ir ao palácio presidencial de Baabda para a "formação imediata" de um governo acordado com o próprio Aoun e "de acordo com o mecanismo e padrões constitucionais", que devem ser cumpridos "sem discussão ou demora".
Assim, instou Hariri à formação "imediata" de um governo apelando para a sua "responsabilidade constitucional" e "consciência humana" como primeiro-ministro designado.
Aoun acusou Hariri de apresentar um "projeto de governo que não atingiu o nível mínimo de equilíbrio nacional", algo que "levou o país ao túnel da obstrução", uma vez que o primeiro-ministro designado falhou em formar um executivo após cinco meses desde a sua nomeação.
"Não adiante a disputa de responsabilidades se a nação entrar em colapso e o povo se torne em prisioneiro do desespero e da frustração, de onde não há saída senão a raiva", prosseguiu o Presidente, referindo-se aos protestos pela deterioração da situação económica do país.
Saad Hariri foi nomeado primeiro-ministro em outubro de 2020, mas as diferenças com Aoun, sogro do líder do Movimento Patriótico Livre, Gebran Bassil, impediram até agora um acordo para o gabinete, presumivelmente porque Aroun exige maior representação de cristãos na lista.
O Líbano está nas mãos de um executivo interino há quase sete meses, desde a renúncia do formado por Hasan Diab, devido à explosão ocorrida em agosto em Beirute, que matou mais de 200 pessoas e deixou a capital em ruínas.
O discurso de Aoun foi feito no dia em que os libaneses realizaram nova jornada de manifestações e cortaram algumas das principais estradas do país em protesto com a inação política e ao colapso da libra libanesa frente ao dólar, que se traduz num forte aumento de preços.
Ao longo da semana, o dólar podia ser comprado por 15.000 libras libanesas no mercado paralelo, enquanto o câmbio oficial do país mantém-se nas 1.500 libras, o que representa uma desvalorização superior a 85%.
Há duas semanas, o cambio no mercado negro era de 9.970 libras.
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