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Infraestruturas críticas estão "mais interdependentes" e "vulneráveis"

A comissária para os Assuntos Internos, Ylva Johansson, defendeu hoje que a União Europeia (UE) deve "proteger os espaços públicos e as infraestruturas críticas", por se terem tornado "mais interdependentes" e, portanto, "mais vulneráveis a disrupções".

Infraestruturas críticas estão "mais interdependentes" e "vulneráveis"
Notícias ao Minuto

17:52 - 17/03/21 por Lusa

Mundo UE/Presidência

"Os setores críticos tornaram-se cada vez mais interdependentes e cada vez mais interconectados através da UE. Isso faz com que sejam mais fortes e mais eficazes, mas, também, mais vulneráveis a disrupções", sublinhou a comissária.

Ylva Johansson falava num seminário coorganizado pela presidência portuguesa do Conselho da UE e pela Comissão Europeia, intitulado "Segurança e Proteção dos Espaços Públicos e de Infraestruturas críticas".

Sublinhando que "ataques, desastres e incidentes" contra infraestruturas fundamentais para a economia e a segurança dos países "criam perdas de vidas, sofrimento humano e danos económicos", a comissária deu o exemplo do atentado no aeroporto de Bruxelas, em março de 2016, onde "muitas pessoas morreram e centenas ficaram feridas".

"O ataque também encerrou o aeroporto durante duas semanas e reduziu a sua capacidade para metade durante ainda mais semanas. Isto causou 24 mil milhões de euros em danos económicos, que afetaram indivíduos, companhias e governos em toda a UE", sublinhou.

Ylva Johansson abordou também a atual pandemia de covid-19, que diz ter mostrado "os efeitos transfronteiriços" criados por "uma grande emergência sanitária", nomeadamente o impacto nas cadeias de valor da UE e na capacidade de produção de equipamento médico.

"Todos estes exemplos mostram que os riscos e as ameaças a infraestruturas críticas estão a evoluir e a mudar. É por isso que, em dezembro, apresentei propostas para melhorar a resiliência de infraestruturas críticas, para protegê-las contra [esses] riscos e ameaças", informou.

Enumerando assim o conjunto os dez setores que a Comissão pretende proteger -- e que vão do setor da energia e do transporte, às infraestruturas digitais e administração pública, passando pelo setor financeiro e de saúde -- a comissária justificou este leque vasto de áreas por considerar que "uma disrupção num setor pode ter um efeito dominó em todos os outros".

"Propomos regras mínimas para altos níveis de resiliência entre Estados-membros e entre setores. Propomos melhores mecanismos de cooperação e apoio da Comissão Europeia. Queremos aumentar o nível e preencher as lacunas nas regras setoriais que existem nacionalmente e na UE", sublinhou.

Como parte da proteção das infraestruturas críticas, a comissária informou também que a Comissão pretende defender melhor a UE de ciberataques, que qualificou como sendo uma "ameaça crescente".

"Em 2019, houve quase 450 incidentes de cibersegurança que envolveram infraestruturas críticas na Europa. No meio desta pandemia, testemunhámos ciberataques que visaram hospitais. Isso é inaceitável", salientou.

Para avançar nestes 'dossiês', a comissária disse estar "ansiosa" para "continuar a trabalhar com o ministro [da Administração Interna, Eduardo] Cabrita e com a presidência portuguesa".

"Na semana passada, tivemos uma discussão muito boa com os ministros sobre a proposta de resiliência de infraestruturas críticas no Conselho de Justiça e de Assuntos Internos", sublinhou.

O seminário coorganizado pela presidência portuguesa e pela Comissão Europeia, que começou hoje e termina na quinta-feira, procura "debater as vulnerabilidades dos espaços públicos e das infraestruturas críticas quanto às ameaças emergentes", assim como "promover uma reflexão sobre formas de prevenção e mitigação das mesmas".

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