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Letónia suspende administração da vacina da AstraZeneca

A Letónia anunciou hoje a suspensão temporária da administração da vacina AstraZeneca contra a covid-19, a mais administrada neste país báltico, secundando decisões semelhantes de outros países europeus, depois de relatos de tromboses em pessoas vacinadas.

Letónia suspende administração da vacina da AstraZeneca
Notícias ao Minuto

13:35 - 16/03/21 por Lusa

Mundo Covid-19

As cerca de 10.000 doses dessa vacina ainda a distribuir serão armazenadas, as já distribuídas serão destruídas e a vacinação com este medicamento será suspensa, afirmou o diretor da Agência Estatal de Medicamentos da Letónia, Svens Henkhuzens, em conferência de imprensa.

Até ao momento, a AstraZeneca entregou 48 mil doses, o que a torna a mais utilizada ou a ser utilizada no país, onde já chegaram ou estão para chegar 117.765 doses de vacinas anti-covid-19.

A suspensão como medida de precaução foi anunciada em conjunto por vários órgãos responsáveis pela segurança de vacinas, medicamentos e cuidados de saúde: o Centro da Letónia para Prevenção e Controlo de Doenças, o Conselho Nacional de Imunização, a Agência Estatal do Medicamento e a Inspeção de Saúde.

No comunicado conjunto, os organismos afirmaram não haver casos suspeitos de trombose no país, como os detetados noutros países da União Europeia (UE), e acrescentaram que não há provas da relação causa-efeito entre a vacina e esses casos.

A suspensão foi decida na sequência de um escândalo na Letónia ligado às vacinas, já que o Governo desistiu de aceitar uma grande remessa de doses da Pfizer BioNTech, oferecidas pelo programa de compra conjunta da EU, e optou pelas da AstraZeneca.

Esta decisão esteve na origem da demissão do ex-ministro da Saúde da Letónia, Ilze Vinkele.

Investigações jornalísticas no país báltico sugerem que Henkhuzens e a agência que dirige foram responsáveis por enganar o Governo ao convencer as autoridades de que deveriam rejeitar o envio de vacinas da Pfizer BioNTech, já que exigem condições especiais de armazenamento e transporte.

O site de investigação Re:Baltica avançou ter encontrado afirmações enganosas em relatórios preparados no ano passado por Henkhuzens referentes a uma avaliação da vacina Pfizer BioNTech destinada às autoridades.

Já hoje, a Suécia tinha anunciado a suspensão da administração da vacina AstraZeneca até que a Agência Europeia de Medicamentos conclua a investigação sobre possíveis efeitos secundários, enquanto a Grécia referiu que vai manter o uso do medicamento.

Quase duas dezenas de países europeus - entre os quais Portugal, Espanha, França, Itália, Irlanda, Países Baixos, Alemanha, Islândia, Noruega ou Bulgária -- e vários outros noutros continentes suspenderam o uso da vacina da AstraZeneca contra a covid-19 por precaução após relatos de coágulos sanguíneos em pessoas vacinadas.

O grupo farmacêutico anglo-sueco garantiu não haver "qualquer prova da existência de um risco aumentado" de se verificarem coágulos sanguíneos causados pela sua vacina.

O comité de especialistas da Organização Mundial da Saúde para a segurança de vacinas reúne-se hoje para discutir esta vacina.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.661.919 mortos no mundo - mais de 900 mil na Europa - resultantes de mais de 122,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Leia Também: EMA ainda sem conclusões finais sobre riscos da vacina da AstraZeneca

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