Meteorologia

  • 19 ABRIL 2024
Tempo
19º
MIN 14º MÁX 21º

Londres considera inaceitável segundo julgamento de anglo-iraniana

O ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, Dominic Raab, disse hoje que o segundo julgamento de Nazanin Zaghari-Ratcliffe no Irão é "completamente arbitrário" e inaceitável.

Londres considera inaceitável segundo julgamento de anglo-iraniana
Notícias ao Minuto

12:15 - 14/03/21 por Lusa

Mundo Nazanin Zaghari-Ratcliffe

O governante pediu ainda o regresso "sem demora", ao Reino Unido, da cidadã anglo-britânica de 42 anos, hoje presente a tribunal, em Teerão, num novo processo, depois de ter estado cinco anos presa.

"É inaceitável que o Irão tenha optado por continuar com um segundo processo completamente arbitrário contra Nazanin Zaghari-Ratcliffe", escreveu no Twitter o chefe da diplomacia britânica.

Dominic Raab frisou que Nazanin Zaghari-Ratcliffe "deve ser autorizada a regressar sem demora à sua família no Reino Unido".

"Continuaremos a fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para a apoiar", acrescentou o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros.

A anglo-iraniana Nazanin Zaghari-Ratcliffe, condenada por Teerão a cinco anos de prisão por espionagem, compareceu hoje em tribunal, num novo processo relacionado com alegadas atividades de propaganda contra o regime do Irão.

A cidadã com dupla nacionalidade é acusada de "propaganda contra o sistema [político da República Islâmica] por participar num comício fora da embaixada iraniana em Londres, em 2009", disse à agência AFP o seu advogado, Hojjat Kermani, após a única sessão do julgamento.

Funcionária da Fundação Thomson Reuters - ramo filantrópico da agência noticiosa canadiano-britânica com o mesmo nome -, Zaghari-Ratcliffe foi detida com a sua filha, hoje com seis anos, em abril de 2016, no Irão, numa visita à família.

Condenada em 2016 a cinco anos de prisão, por sedição, acusação que sempre negou, Nazanin Zaghari-Ratcliffe foi libertada no final da pena, em 07 de março, quando se encontrava há um ano com pulseira eletrónica, devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus.

Na quarta-feira, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, num contacto por telefone com o presidente iraniano, Hassan Rohani, pediu a "libertação imediata" de todos os irano-britânicos detidos e o regresso de Nazanin Zaghari-Ratcliffe, funcionária da Fundação Thomson Reuters.

Um relatório médico pedido pela organização não-governamental (ONG) Redress, entregue ao chefe da diplomacia britânica e divulgado na sexta-feira indicava que Zaghari-Ratcliffe sofre de stress pós-traumático severo após sofrer "maus tratos" enquanto esteve detida no Irão e a ONG defendeu que a anglo-iraniana deve ser reconhecida por Londres como "vítima de tortura".

As autoridades iranianas negaram que Nazanin Zaghari-Ratcliffe tenha sido maltratada.

O marido considera que a sua mulher é "refém" de Teerão, que a utiliza como meio de pressão para exigir a Londres o pagamento de uma antiga dívida britânica, de 432 milhões de euros, que o Irão pagou em 1979 ao Reino Unido por tanques nunca entregues.

O Irão, que não reconhece a dupla nacionalidade, negou o acesso consular do Reino Unido a Zaghari-Ratcliffe enquanto esteve na prisão e tem criticado os apelos de Londres para a sua libertação, considerando-os uma interferência nos seus assuntos internos.

Leia Também: Anglo-iraniana regressa a tribunal depois de cinco anos de prisão

Recomendados para si

;
Campo obrigatório