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Milhares manifestam-se em Atenas e Salónica contra a violência policial

Milhares de pessoas saíram hoje à rua em Atenas em protesto contra a crescente violência policial, dois dias após uma manifestação ter derivado num confronto com forças policiais em Nea Smyrni, um subúrbio da capital da Grécia.

Notícias ao Minuto

20:03 - 11/03/21 por Lusa

Mundo Grécia

A marcha de protesto, convocada por advogados e juristas, iniciou-se com uma concentração frente ao parlamento helénico, na emblemática praça Sintagma, rodeada por forte presença policial e dois canhões de águas estacionados nas proximidades.

Cerca de 5.000 pessoas, segundo os 'media' locais, desfilaram pelas principais artérias do centro da capital grega, transportando faixas com as frases "Se não resistimos em cada bairro apenas sairemos de casa para trabalhar", "Não ao estado policial e ao autoritarismo" ou "Luta pela vida, a saúde, a dignidade. Abaixo o terrorismo de Estado".

A manifestação também foi efetuada em solidariedade com Dimitris Koufodinas, chefe operacional do extinto grupo armado de extrema-esquerda "17-novembro", cujo estado de saúde é considerado muito grave após 63 dias em greve de fome.

Koufodinas, condenado a várias penas de prisão perpétua e detido desde 2002, iniciou a greve de fome para exigir a sua transferência para uma prisão de Atenas onde passou os primeiros 16 anos de condenação e permanecer próximo da família, antes de ser transferido para uma penitenciária de alta segurança, a 250 quilómetros da capital, após o regresso ao poder Nova Democracia (ND, direita) em 2019, com maioria absoluta.

Hoje, o Comité Central de Transferências rejeitou por unanimidade a sua última petição por "não oferecer motivos substanciais para isso".

A resposta policial face a um anterior protesto, convocado há uma semana pela mesma associação de advogados e juristas em defesa da reivindicação de Koufodinas, que deu início à escalada da violência policial.

Nessa ocasião, o protesto foi disperso logo de início pelas forças policiais, que utilizaram canhões de água e granadas ensurdecedoras contra cerca de 300 pessoas.

A indignação aumentou no domingo, após duas famílias com crianças que passeavam num parque do subúrbio ateniense de Nea Smyrni terem sido multadas ao serem acusadas pela polícia de violarem as medidas de confinamento, apesar de usarem máscara e terem enviado a mensagem de texto obrigatória para avisar da deslocação.

Alguns transeuntes que assistiram à situação protestaram e foram agredidos com bastões pelos agentes, num incidente divulgado pelas redes sociais.

Em resposta, na terça-feira, uma manifestação com milhares de pessoas em Nea Smyrni contra a violência policial e que se dirigiu para a esquadra local terminou em confrontos violentos, com um balanço de 11 agentes feridos, um com gravidade.

Ainda hoje, milhares de estudantes manifestaram-se em Salónica (norte), a segunda cidade da Grécia e também em protesto contra a violência policial, após os agentes terem efetuado uma intervenção musculada na universidade Aristóteles, que pretendiam desocupar, originando novos confrontos.

Os manifestantes, cerca de 8.000 segundo os 'media' locais, desfilaram pelas principais da cidade e emitiram palavras de ordem contra a nova lei universitária, aprovada em janeiro, que entre várias medidas prevê a presença permanente da polícia nos recintos universitários.

A violência policial, os distúrbios e o descontentamento popular estão agora no centro da disputa política entre a oposição de esquerda e o Governo do conservador Kyriakos Mitsotakis, que deve responder na sexta-feira a uma interpelação parlamentar.

Leia Também: Polícia retira manifestantes que ocupavam universidade na Grécia

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