Meteorologia

  • 26 ABRIL 2024
Tempo
13º
MIN 12º MÁX 17º

Síria. Unicef colabora na vacinação contra Covid-19 dos refugiados

A Unicef vai estar envolvida na distribuição de vacinas contra a doença covid-19 aos cerca de 20 milhões de refugiados provocados pela guerra na Síria e que se distribuem pelos países vizinhos, no âmbito da iniciativa Covax.

Síria. Unicef colabora na vacinação contra Covid-19 dos refugiados
Notícias ao Minuto

16:51 - 11/03/21 por Lusa

Mundo Síria

Os cerca de 13 milhões de deslocados na Síria, bem como os cerca de sete milhões de pessoas que foram obrigadas a fugir do conflito que dura há 10 anos nesse país, em direção aos países vizinhos, vão ser vacinadas nos próximos meses no âmbito da Covax -- a iniciativa de vacinação contra a covid-19 da Organização Mundial de Saúde para os países em desenvolvimento -- e com auxílio da Unicef.

A informação foi hoje revelada pelo diretor da Unicef para o Médio Oriente e para o Norte de África, Ted Chaiban, durante uma visita guiada virtual à atividade daquela organização das Nações Unidas na Síria e à Jordânia, preparada para os 'media' internacionais e em que a Lusa participou.

Quando se assinalam os 10 anos sobre o início do conflito armado na Síria, na próxima segunda-feira, a Unicef quis mostrar o esforço que tem feito para proteger os cerca de seis milhões de crianças que são vítimas da devastação daquele país, em particular em cidades que foram quase totalmente destruídas, como Alepo.

"Para tomar conta dessas crianças, precisamos de tomar conta das suas famílias", explicou Chaiban, referindo-se ao esforço para ajudar os governos dos países vizinhos da Síria na distribuição de vacinas contra a covid-19, incluindo a Jordânia, o Líbano, o Egito e a Turquia, ao abrigo do projeto Covax.

Mas a grande aposta da Unicef na região continua a ser a educação das crianças, que perderam casas e familiares, mas também escolas que foram totalmente destruídas pelos 10 anos de guerra na Síria.

Ted Chaiban disse que uma em cada três escolas na Síria estão inutilizadas, ou porque ficaram destruídas ou porque foram ocupadas para fins militares, obrigando a um esforço suplementar para manter a educação dos milhões de crianças no país.

Mas de 10 mil crianças morreram no conflito militar, mas muitas mais tentam agora voltar à vida normal e a um sistema educativo que está desmantelado, no meio do conflito que continua a afetar grande parte do território.

Num comunicado esta semana divulgado, a Unicef indica também que "o número de relatos de crianças vítimas de sofrimento psicológico duplicou em 2020".

Durante uma década de guerra "cerca de 700 escolas foram atacadas" na Síria e "apenas metade das unidades de saúde estão operacionais", refere o comunicado, acrescentando que metade das crianças sírias não pode ir à escola.

Segundo a Unicef, "o número de pessoas necessitadas aumentou 20% apenas no último ano, 65% das famílias não terão acesso a necessidades básicas e quase 80% das pessoas na Síria vivem em situação de pobreza", afetando particularmente a população jovem.

"Estas crianças não deviam estar em campos de refugiados. Deviam estar em casa, com as suas famílias, e a estudar nas escolas", disse um funcionário da Unicef, que conduziu a viagem virtual ao campo de Fafin, onde 800 tendas abrigam cerca de 3.000 refugiados da guerra na Síria.

A aposta da Unicef centra-se na recuperação de escolas, mas também no fornecimento de material escolar e de acesso à Internet, em vilas e cidades que foram totalmente destruídas e permanecem em ruínas.

A escola de Al-Azwar, em Alepo, é um dos exemplos da intervenção da Unicef na Síria, onde permitiu o regresso de cerca de 200 crianças aos seus programas escolares, auxiliados ainda por um edifício multiúsos, para apoio a jovens deficientes ou para apoio ao ensino de meninos e meninas com mais dificuldades de aprendizagem.

Também o campo de refugiados de Za'atari, na Jordânia, tem sido alvo de ajuda da Unicef, onde o acesso a água do rio Eufrates tem absorvido milhões de dólares doados a esta organização da ONU para proteger os refugiados da guerra na Síria, em particular as comunidades com forte presença de crianças.

"Apesar das imagens terríveis que mostrámos nesta visita, quero deixar uma mensagem de esperança", disse Ted Chaiban, no final da viagem virtual à Síria e à Jordânia.

"Esta não é uma geração perdida. Estão ali crianças que ainda podem regressar a uma vida normal e saudável, se houver bom senso e vontade política para garantir paz e prosperidade", concluiu o responsável da Unicef.

Leia Também: Covid-19. Mais quatro mortos e 471 novos casos em Moçambique

Recomendados para si

;
Campo obrigatório