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Ucranianas desfilam em Kiev contra violência de género

Milhares de ucranianas desfilaram hoje em Kiev sob o lema "A pandemia tem rosto de mulher" e apelos ao Governo para que ratifique a Convenção de Istambul sobre a prevenção e luta contra a violência de género.

Ucranianas desfilam em Kiev contra violência de género
Notícias ao Minuto

14:57 - 08/03/21 por Lusa

Mundo Dia da Mulher

"Porque nos calamos sobre a violência doméstica que continua a aumentar em tempos da covid-19? Porque não dissemos que a responsabilidade de cuidar das crianças durante o ensino à distância recaiu sobre as mulheres?", afirmaram em comunicado as organizadoras da marcha, citado pela agência noticiosa Unian.

As manifestantes denunciaram que às tarefas diárias das mulheres em tempos normais se associaram mais obrigações domésticas "cujo volume apenas cresce".

As ucranianas exigem o aumento das ajudas sociais às mães e a abertura de centros estatais de apoio às mulheres que são vítimas de violência doméstica.

Para mais, exigiram em particular que o Governo ratifique a Convenção do Conselho da Europa sobre prevenção e luta contra a violência contra as mulheres e a violência doméstica, também designada Convenção de Istambul, vigente na Europa desde 2014.

As mulheres, que iniciaram a marcha na praça Mihailovskaya, transportavam cartazes com a frase "O feminismo é liberdade de escolha", "Todos os dias são Dias da Mulher" e "Ratifiquem a Convenção de Istambul", entre outras.

A marcha, que terminou sem incidentes na praça Pochtovaya, foi acompanhada por forças policiais devido ao receio de ataques de movimentos de direta que tinham ameaçado boicotar o evento.

O projeto de lei que pretende a ratificação da Convenção de Istambul foi apresentado ao parlamento de Kiev pelo anterior chefe de Estado, Petro Poroshenko, em novembro de 2016, mas ainda não foi aprovado.

Em novembro de 2020 a Amnistia Internacional (AI) denunciou a "deficiente implementação" da legislação existente na Ucrânia e as leis que protegem as mulheres face à violência de género, e o facto de o país ainda não ter ratificado a Convenção de Istambul.

Segundo aquela organização não-governamental (ONG), a polícia ucraniana demonstra relutância em apresentar as queixas de sobreviventes da violência de género em ambiente familiar, e a generalizada impunidade desmotiva muitas das vítimas na denúncia dos casos de abusos. ´

Esta situação, assinalou a AI, tornou-se muito mais grave no leste da Ucrânia, onde desde 2014 combatem forças leais a Kiev e os separatistas pró-russos.

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