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Mulheres manifestam-se no Paquistão pelos seus direitos

Milhares de mulheres manifestaram-se hoje no Paquistão para reclamar os seus direitos, apesar das tradicionais ameaças dos setores mais conservadores contra as ativistas por supostamente atacarem o islão.

Mulheres manifestam-se no Paquistão pelos seus direitos
Notícias ao Minuto

13:56 - 08/03/21 por Lusa

Mundo Dia da Mulher

Em Islamabad, cerca de 500 pessoas bailaram, cantaram e desfilaram na capital e ecoaram "liberdade, liberdade", e "o meu corpo pertence-me" numa nova edição da Marcha Aurat (mulher em urdu), que desde 2018 desafia os setores mais conservadores do país.

"Este ano, uma vez mais, as mulheres saíram à rua em protesto, apesar das ameaças e das dificuldades, para lutar pelas mulheres deste país", disse à agência noticiosa Efe uma das organizadoras da marcha, Alia Amirali.

A ativista disse que a maioria das mulheres paquistanesas, muitas delas pobres, "sofrem todo o tipo de violência", uma situação que esperam mudar com os seus protestos.

Este ano as reivindicações das feministas estiveram centradas na saúde devido à pandemia do coronavírus, desde as trabalhadoras dos serviços de saúde que enfrentaram uma situação sem precedentes, até à falta de investimento no setor médico em todo o país, e que segundo as ativistas afeta sobretudo as mulheres.

Por todo o país foram ainda realizados desfiles de mulheres em cidade como Carachi (Sul) e Lahore (leste).

Dias antes, o 'hashtag' #ForeignFundedAuratMarch (Marcha Aurat financiada com fundos estrangeiros) foi divulgada na rede social Twitter e visualizada por milhares de pessoas, sobretudo homens, que acusavam as feministas de cometerem atos imorais e contra o islão por celebrarem o Dia da Mulher, atos pelos quais supostamente recebem fundos provenientes de países estrangeiros.

"As pessoas que participam na Marcha Aurat não são liberais, são antes gente vulgar, corrupta, e agentes inimigos do islão e do Paquistão", escreveu um frequentador do Twitter, citado pela Efe.

Apesar de diversos insultos nas redes, a situação não atingiu a tensão de 2020, quando os islamitas organizaram uma contramanifestação e apedrejaram a marcha das mulheres, com três feridos ligeiros.

No Paquistão as mulheres sofrem altos níveis de violência, incluindo violações, assassinatos e sequestros, de acordo com um relatório da Amnistia Internacional (AI) sobre direitos humanos na Ásia.

Leia Também: Violência contra mulheres aumentou 250% no contexto da pandemia

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