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Líbia decide sobre governo por incumprimento da quota feminina

O Parlamento líbio, dividido desde 2014, prevê reunir-se esta segunda-feira para considerar a possibilidade de conceder um voto de confiança ao novo Governo Nacional de Unidade (GNU) que tem sido alvo de críticas.

Líbia decide sobre governo por incumprimento da quota feminina
Notícias ao Minuto

13:10 - 07/03/21 por Lusa

Mundo Parlamento

Apresentado por o primeiro-ministro designado, Abdel Hamid Dbeibah, o novo GNU tem recebido duras críticas por não cumprir a quota mínima exigida de mulheres.

Abdel Hamid Dbeibah, acusado de ter comprado votos durante a formação do novo executivo, enviou uma lista com 27 ministros, dois vice-primeiros ministros e seis secretários de Estado onde, segundo a última versão, só aparece o nome de cinco mulheres, ou seja, 14% contra os 30% imposto pelo Fórum de Diálogo Político da Líbia (FDPL), órgão não eleito criado pela ONU.

De acordo com o jornal local Libyan Express, o grupo de mulheres na lista do Governo é liderado por Lamia Abuesderia, membro do partido Al Watan, que se conseguir o voto de confiança converte-se-á na primeira mulher responsável pela diplomacia líbia.

Assim como Halima Ibrahim Abdulrahman será também a primeira mulher proposta para dirigir o Ministério da Justiça, Aafaa al Kelani ficará a cargo dos Assuntos Sociais e Mabrouka Toufo da Cultura. A escassa quota de mulheres termina com Marin Khalid Alttayib, para ministra de Estado para assuntos femininos.

"Temos procurado o equilíbrio entre a formação e a representação geográfica para que represente todos os líbios, tendo em conta os conflitos anteriores que fizeram com que muitos líbios se tenham sentido marginalizados nos últimos anos", explicou o primeiro-ministro.

A sessão agendada para esta segunda-feira acontece no meio de uma polémica sobre a suposta compra de vontades durante o processo de votação no FDPL, um mecanismo criado 'ad hoc' pela ONU para tentar travar a guerra civil que ensanguenta o país.

A suposta corrupção ter-se-á infiltrado no painel de peritos da ONU e supostamente teria permitido a eleição, por uma pequena margem, da candidatura liderada por o atual presidente interino do conselho presidencial, Mohamad al Menfi, e de que fazia parte Dbeibah, cuja família manteve laços com a ditadura de Muamar al Gadafi, derrubado e assassinado em 2011.

Na semana passada, assim que foi conhecida a suposta infiltração do presidente do Parlamento, Aquilah Saleh, que é líder da lista perdedora, sugeriu a possibilidade de que adiar a sessão de voto até ao dia 15 de março, data em que está prevista a publicação do painel de peritos de onde, aparentemente, terá surgido a denúncia.

Um adiamento contestado de imediato pela missão da ONU na Líbia (UNSMIL), principal impulsionador do atual processo de reconciliação política, e que coloca em causa o seu prestígio frente às manobras da Turquia e da Rússia, as potências mais influentes no conflito líbio.

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