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ONG acusa tropas da Eritreia de massacre de mais de 200 civis no Tigray

Tropas da Eritreia mataram "mais de 200 civis" no passado mês de novembro na cidade histórica etíope de Axum, onde se regista um conflito armado há mais de quatro meses, denunciou hoje a Human Rights Watch (HRW).  

ONG acusa tropas da Eritreia de massacre de mais de 200 civis no Tigray
Notícias ao Minuto

08:37 - 05/03/21 por Lusa

Mundo Tigray

Os confrontos começaram a 28 de novembro depois de soldados etíopese eritreus terem tomado o controlo da cidade às forças que apoiavam a Frente Popular de Libertação do Tigray (FPLT) na sequência de uma ofensiva militar do governo central lançada três semanas antes.

"Depois de a milícia do Tigray e os residentes de Axum terem atacado as forças da Eritreia, no dia 28 de novembro (2020), as forças eritreias, em aparente represália, dispararam e executaram sumariamente centenas de residentes, na maioria homens e crianças (do sexo masculino), durante um período de 24 horas", indica a HRW através de um comunicado.

"As tropas eritreias (cujo país faz fronteira com a região montanhosa do Tigray) cometerem assassinatos atrozes em Axun sem respeitarem a vida dos civis", disse a diretora da HRW para a região do Corno de África, Laetitia Bader.

Entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021, a organização entrevistou pelo telefone 28 testemunhas e vítimas de abusos assim como familiares, em Axun, e examinou as imagens dosataques.

A HRWnão conseguiu determinar o número exato de civis mortos na sequência da ofensiva conjunta da Etiópia e da Eritreia em Axum e o massacre que aconteceu a seguir.

Mesmo assim, a organização estima que "mais de 200 civis morreram entre os dias 28 e 29 de novembro", de acordo com entrevistas efetuadas junto de membros da comunidade que recolheram os bilhetes de identidade dos mortos e que ajudaram a recuperar os cadáveres.

"As Nações Unidas devem estabelecer com urgência uma investigação independente sobre os crimes de guerra e dos possíveis crimes de lesa humanidade na região para que sejam prestadas contas sendo que as autoridades devem permitir o acesso pleno e imediato" à região, exigiu a HRW.

A organização não-governamental com sede em Washington emitiu o comunicado depois de a Amnistia Internacional (AI) denunciar, no passado dia 26 de fevereiro, a matança de Axumque fez "240 vítimas" civis.

O Gabinete para os Direitos Humanos das Nações Unidos revelou na quinta-feira que se reuniu para analisar a informação sobre crimes de guerra e contra a humanidade na região do Tigray.

Os responsáveis são, alegadamente, o Exército da Etiópia mas também as FLPT, as forças da Eritreiae combatentes da região vizinha de Amhara e outras milícias que apoiam o governo etíope.

O governo de Adis Abeba isolou o Trigay e, até ao momento, recusou os pedidos da ONU e de vários países para que seja garantido o acesso a pessoal humanitário e especialistas que possam comprovar o que está a acontecer à população da região composta por cerca de cinco milhões de pessoas.

Milhares de pessoas morreram desde que o primeiro-ministro da Etiópia, AbiyAhmed, lançou uma ofensiva armada contra o FLPTno dia 04 de novembro de 2020.

Abiyordenou a operação militar, após acusar a FLPTde um ataque do Exército federal no Tigray.

As forças governamentais controlaram igualmente a capital regional, Mekele, mas não puseram fim aos confrontos no território.

Leia Também: Responsável da ONU diz que Eritreia deve retirar tropas de Tigray

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