Moçambique: Governo diz que missão de treino da UE aguarda documento
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros disse hoje que a diplomacia europeia está a preparar o "documento político" de enquadramento da missão europeia de apoio ao combate ao terrorismo em Cabo Delgado, norte de Moçambique.
© Lusa
Mundo Moçambique
"O Serviço de Ação Externa está a trabalhar com a Comissão [Europeia] no documento político de abordagem de crise, que é essencial para que a missão de treino se possa fazer", afirmou Augusto Santos Silva, durante um debate sobre política externa no parlamento.
O governante, que em janeiro liderou uma missão política a Maputo enquanto delegado do Alto Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Josep Borrell, explicou que, entretanto, estão já a ser implementadas no terreno iniciativas de ação humanitária e apoio ao desenvolvimento.
Neste contexto, Santos Silva apontou um projeto de apoio à criação de emprego, que está a ser gerido pela Cooperação Portuguesa.
A violência armada em Cabo Delgado, onde se desenvolve o maior investimento multinacional privado de África, para a exploração de gás natural, está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 670 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, o que levou as autoridades moçambicanas a pedir auxílio à UE.
Para melhor determinar o quadro de apoio a prestar às autoridades moçambicanas, Josep Borrell solicitou ao ministro dos Negócios Estrangeiros português que se deslocasse a Maputo enquanto seu representante, o que aconteceu em janeiro.
No regresso da missão política a Maputo, Augusto Santos Silva adiantou que as prioridades de apoio identificadas em conjunto com as autoridades moçambicanas passam pelo reforço da cooperação entre a UE e Moçambique nas áreas da ação humanitária e dos projetos de apoio ao desenvolvimento e pelo "aumento significativo" da cooperação na área da segurança.
Nesta área, explicou na altura, "o que está em causa é o apoio à formação e treino de forças militares moçambicanas, para que sejam mais capazes de responder à insurgência" bem como apoio logístico e de equipamentos.
Santos Silva disse na altura esperar a definição, nas semanas seguintes, do quadro político para enquadrar o reforço da cooperação entre a UE e Moçambique.
A violência em Cabo Delgado surgiu em 2017, com algumas das incursões reivindicadas pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico depois de 2019, mas a origem dos ataques continua sob debate.
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