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Ferro defende que Europa deve ser 'cabeça-de-cartaz' e não mera figurante

O presidente da Assembleia da República (PAR) defendeu hoje que a Europa deve ser 'cabeça-de-cartaz' no mundo e não mera 'figurante', estabelecendo os padrões, em vez de seguir as diretrizes de outros protagonistas geopolíticos.

Ferro defende que Europa deve ser 'cabeça-de-cartaz' e não mera figurante
Notícias ao Minuto

14:36 - 03/03/21 por Lusa

Mundo UE/Presidência

Ferro Rodrigues saudou também o regresso dos Estados Unidos da América (EUA) ao diálogo transatlântico, mas sem que isso faça negligenciar as relações da União Europeia (UE) com as potências Rússia, China e Índia, nem a cooperação com África.

O PAR discursava na "Conferência Interparlamentar sobre a Política Externa e de Segurança Comum (PESC) e a Política Comum de Segurança e Defesa (PCSD)", que decorre entre hoje e quinta-feira, em modelo presencial e virtual, na Assembleia da República, no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia.

"A nós, europeus, cabe-nos trabalhar para que a UE seja um 'rule-maker' [dite regras] e não um 'rule-taker' [cumpra regras]. A UE tem agido com determinação na defesa do multilateralismo e do respeito pelo direito internacional, que têm como pedra basilar o sistema das Nações Unidas", afirmou.

Para Ferro Rodrigues, "é motivo de grande regozijo poder voltar a contar com os EUA como parceiro empenhado na comunidade internacional".

"De todos nós, a nível bilateral, e da UE, os EUA são um parceiro estratégico e um amigo imprescindível. Numa altura em que a UE trabalha na sua 'Bússola Estratégica' (...), convém não perder de vista o elo transatlântico. Não há contradição entre uma NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) forte e o avanço na política comum de segurança e defesa", disse o PAR.

Na perspetiva de Ferro Rodrigues, "a nossa época é de multipolaridade" e "exige diálogo e cooperação, mas também firmeza na defesa dos nossos princípios, valores e interesses".

"Assim sucede nas nossas relações com a Rússia, com a China e com a Índia. Neste semestre terá lugar a Cimeira UE-Índia, país de relevância estratégica crescente. Não posso deixar de recordar igualmente África. Cooperar com a União Africana, trabalhar pela segurança, estabilidade e prosperidade do Continente Africano é trabalhar pelo nosso futuro comum", declarou.

A segunda figura da hierarquia do Estado português considerou que os tempos são de "mudança e de inquietação nas relações internacionais", pois "têm crescido os populismos e os autoritarismos" e "tem sido questionada a relevância da ordem internacional multilateral, das suas instituições, princípios e valores".

Ferro Rodrigues citou declarações recentes do seu camarada socialista e atual secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, e da diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), a búlgara Kristalina Georgieva, nas quais ambos sobre a necessidade de vacinação global contra o novo coronavírus que provoca a covid-19.

"A pandemia não é compatível com egoísmos nacionais", resumiu o PAR.

O evento conta ainda com intervenções do secretário-geral da Organização do Atlântico Norte (NATO), o norueguês Jens Stoltenberg e do Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, o catalão Josep Borrell, entre outros.

"Tem sido homem profundamente empenhado: na defesa e revitalização do elo transatlântico, na solidariedade aliada, nas parcerias, muito em particular com a UE, na luta contra o terrorismo, na necessidade de a NATO continuar a fazer ouvir a sua voz e a marcar a sua presença nos desafios estratégicos que se nos colocam, tanto políticos como de sociedade", elogiou Ferro Rodrigues antes de ceder a palavra a Stoltenberg.

A UE tem atualmente 27 estados-membros dos quais 21 são também membros da Aliança Atlântica -- ambas as organizações estão principalmente sedeadas na capital belga, Bruxelas.

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