"Devido a estes incidentes, muitas crianças não regressaram às aulas e algumas escolas fecharam em áreas próximas, por receio de uma reincidência. Isto pode significar o fim da educação destas crianças", denunciaram os peritos da Organização das Nações Unidas, num comunicado emitido hoje.
Os responsáveis da ONU manifestaram também preocupação com a falta de transparência nas investigações de raptos anteriores, como o de 344 alunos de um internato em Kankara (norte do país), que ocorreu em dezembro de 2020, tendo as crianças sido libertadas também após alguns dias.
Os peritos asseguraram que estes não são casos isolados e recordaram os que foram praticados nos últimos anos contra mulheres e raparigas, algumas que foram forçadas a trabalhar, a casar ou a engravidar.
Assim, os peritos da ONU apelam também ao governo nigeriano para que tome medidas preventivas, para assegurar que tais raptos não se repitam, e para que reforce a proteção das crianças em risco e assegure o acesso aos serviços necessários, incluindo aos de saúde sexual e reprodutiva para mulheres e raparigas.
Os 279 estudantes libertados foram raptados em 26 de fevereiro na cidade de Jangebe (noroeste do país) depois de um grupo de homens armados ter invadido uma escola secundária.
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