Preventiva para oito pessoas após manifestação violenta em Barcelona
A justiça espanhola decidiu hoje colocar em prisão preventiva seis italianos, uma francesa e um espanhol detidos após uma violenta manifestação no sábado contra a prisão de um rapper em Barcelona, na qual uma carrinha da polícia foi incendiada.
© Reuters
Mundo Barcelona
"O magistrado decidiu colocar em prisão preventiva e sem possibilidade de pagar fiança" seis jovens de nacionalidade italiana - cinco homens e uma mulher -, uma jovem francesa e outra espanhola, segundo comunicado das autoridades judiciárias.
As oito pessoas em causa, detidas depois da manifestação de sábado no centro de Barcelona, são acusadas de tentativa de homicídio e de pertencerem a uma organização criminosa.
A manifestação de sábado foi uma das mais violentas desde a prisão do rapper catalão Pablo Hasél, a 16 de fevereiro último, tendo, nomeadamente, sido incendiada uma carrinha da polícia com um agente no interior, que acabou por conseguir sair.
Os manifestantes também incendiaram e pilharam um hotel, agências bancárias e várias lojas, tendo um total de 14 pessoas sido detidas durante a noite de violência.
Segundo a polícia regional, desde o início dos protestos contra a detenção de Pablo Hasel, 136 pessoas foram detidas na comunidade autónoma da Catalunha (nordeste de Espanha).
O controverso rapper de 32 anos cumpre uma pena de nove meses de prisão por mensagens enviadas nas redes sociais nas quais, segundo a justiça, faz a "apologia do terrorismo".
Por seu lado, o cantor considera que é vítima de um "ataque muito grave" à liberdade de expressão.
Os distúrbios de sábado estenderem-se a outras cidades catalãs, como Sabadell, onde foram erguidas barricadas, Tarragona, onde uma agência bancária foi apedrejada e o 'campus' universitário vandalizado, e Lérida, onde uma patrulha da polícia municipal foi também apedrejada e diversas lojas foram vandalizadas.
O presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, classificou, nas redes sociais, "os atos de vandalismo e violência" como "inaceitáveis".
No mesmo sentido, o presidente da Generalitat (Governo regional) da Catalunha em exercício, Pere Aragonès, afirmou, também nas redes sociais, que tais atos "não são liberdade de expressão nem de manifestação".
Desde a prisão do 'rapper' que Barcelona e outras cidades espanholas, principalmente catalãs, têm sido palco de várias manifestações a pedir a sua libertação, que acabam em violência.
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