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Forças chinesas e norte-americanas em exercícios no Mar do Sul

O Exército de Libertação do Povo chinês iniciou hoje exercícios navais no Mar do Sul da China, que irão prolongar-se por um mês, enquanto forças norte-americanas também prosseguem movimentações na região.

Forças chinesas e norte-americanas em exercícios no Mar do Sul
Notícias ao Minuto

00:55 - 02/03/21 por Lusa

Mundo China

"Não vamos perder um centímetro da nossa terra, legada pelos nossos antepassados", refere nota do Ministério da Defesa chinês hoje divulgada, citada pela imprensa local.

"Estamos determinados em manter a paz e estabilidade no Mar do Sul da China. Opomo-nos a que quaisquer nações criem tensões e reforcem a sua presença militar com o pretexto da liberdade de navegação", adianta a nota.

Os exercícios terão lugar numa zona com um raio de 5 quilómetros a oeste da península de Leizhou, província de Guangdong, estando o tráfego interdito na zona, segundo as autoridades.

A televisão estatal CCTV noticiou também a realização de outros exercícios no Mar do Sul da China e ainda no Mar Amarelo, próximo da Península da Coreia, e no Mar da China Oriental, próximo do Japão, pelos comandos navais Norte, Leste e Sul.

Sem referência às datas ou meios utilizados nos exercícios, as imagens da CCTV mostram uso de mísseis anti-navais e anti-aéreos, operações logísticas e de reabastecimento em alto mar.

Segundo o jornal oficial chinês Global Times, os exercícios têm lugar numa altura em que "os Estados Unidos recomeçaram a conduzir operações de reconhecimento nas regiões costeiras chinesas".

Segundo o centro de análise chinês SCSPI, que monitoriza atividade militar no Mar do Sul da China, nas últimas semanas foi identificada a presença na região de diversos tipos de aviões de reconhecimento norte-americanos, incluindo um drone MQ-4C, um avião de vigilância EP-3E e um aparelho de reconhecimento estratégico RC-135U.

Desde sexta-feira encontra-se na região também o navio oceânico USNS Impeccable.

Especialistas militares disseram ao Global Times que o uso destes aparelhos permite monitorizar comunicações militares chinesas, sinais-padrão eletromagnéticos de equipamento chinês e ainda instalar sonares para detetar submarinos.

A França também enviou para a região um navio anfíbio de assalto e uma fragata, que deverão passar pela Península de Leizhou eilha de Hainan, onde decorrem desde hoje os exercícios militares chineses.

Na semana passada, as Marinhas de Guerra da China e Singapura realizaramexercícios navais conjuntos, que a diplomacia chinesa espera conduzir a uma aproximação do aliado asiático norte-americano quanto às suas pretensões no Mar do Sul da China.

A China reclama a soberania da quase totalidade das ilhas do Mar do Sul da China, e queixa-se com regularidade de operações na zona pelos Estados Unidos, que têm bases navais em vários pontos da região.

Ponto de passagem de algumas das principais rotas comerciais entre a Ásia e o resto do mundo, as águas do Mar do Sul da China são disputadas por países como as Filipinas, Malásia, Brunei, Indonésia, Singapura e Vietname.

No início de fevereiro, as Marinhas chinesa e norte-americana estiveram envolvidas num incidente com o contratorpedeiro USS John S. McCain no Mar do Sul China.

Depois de o Exército de Libertação do Povo chinês ter reclamado a expulsão do ´destroyer´ norte-americano no arquipélago das Paracel - reclamado por diversos países da região - a Marinha norte-americana disse que o navio "jamais foi perseguido para fora do território de um outro país".

O USS John S. McCain, baseado no Japão, navegou para o Estreito de Taiwan, a primeira vez durante a Administração do novo presidente dos EUA, Joe Biden, que um navio de guerra norte-americano entrou nas disputadas águas territoriais.

Criticada pelas autoridades chinesas, a missão foi descrita pelas forças norte-americanas como de apoio à liberdade de circulação na região, "um Indo-Pacífico livre e aberto".

Enquanto para os Estados Unidos a navegação na zona é livre por se tratarem de águas internacionais, a China considera a passagem não autorizada de navios estrangeiros como um atentado à sua soberania.

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