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Governo recusa apelo dos EUA para retirada imediata de tropas do Tigray

O Governo da Etiópia rejeitou os apelos dos Estados Unidos para a retirada das tropas federais etíopes e eritreias da província etíope do Tigray, em guerra desde 04 de novembro último.

Governo recusa apelo dos EUA para retirada imediata de tropas do Tigray
Notícias ao Minuto

13:50 - 01/03/21 por Lusa

Mundo Etiópia

Em resposta ao apelo do secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, no passado sábado, para que a Etiópia retire imediatamente as tropas de Tigray, o Ministério dos Negócios Estrangeiros etípoe afirmou que esta é uma questão a ser decidida pelo executivo de Adis Abeba, e não por uma potência estrangeira.

"Deve ficar claro que tais assuntos são da exclusiva responsabilidade do Governo etíope", afirmou o Ministério numa declaração emitida no domingo.

"O Governo etíope, como qualquer Governo de uma nação soberana, tem implementados nas suas estruturas federais e regionais vários princípios organizadores, que apenas são responsáveis perante o povo etíope", referiu o executivo liderado por Abiy Ahmed.

Nenhum país estrangeiro deveria tentar "conduzir os assuntos internos de uma nação soberana", afirmou a declaração etíope.

Na mais dura tomada de posição dos Estados Unidos em relação ao conflito em Tigray, Blinken afirmou no sábado que Washington "condena veementemente os assassinatos, remoções e deslocações forçadas, agressões sexuais, e outras violações e abusos extremamente graves dos direitos humanos" levados a cabo por várias partes, que múltiplas organizações têm relatado em Tigray.

"Estamos também profundamente preocupados com o agravamento da crise humanitária", disse Blinken, citado pela agência Associated Press.

Os responsáveis por abusos em Tigray devem ser "responsabilizados", acrescentou Blinken, apelando a uma investigação independente e internacional sobre as denúncias de violações dos direitos humanos.

Na mesma declaração, Blinken exortou o Governo etíope a cessar todas as hostilidades em Tigray e a permitir "a prestação sem entraves de assistência aos que se encontram em Tigray".

os Estados Unidos instaram ainda à retirada imediata das tropas de Tigray, assim como da província etíope de Amhara, limítrofe de Tigray, por parte da Eritreia, país vizinho a norte desta província etíope.

Tanto Adis Abeba como Ahmara negam o envolvimento das forças eritreias no conflito, apesar dos testemunhos de civis, trabalhadores humanitários e de vários funcionários militares e governamentais.

As forças armadas federais iniciaram as operações militares em Tigray no passado dia 04 de novembro, em alegada resposta ao que o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, descreveu como ataques às forças federais e bases localizadas naquele estado federado por forças afiliadas à Frente de Libertação do Povo de Tigray (TPLF), no poder na região.

O Governo etíope caracterizou a operação como de natureza eminentemente policial, de reposição da ordem constitucional no estado federado do Tigray, que teria como principal objetivo a detenção e julgamento dos líderes e responsáveis estaduais insurretos.

Em 28 de novembro, após a tomada militar da capital do estado, Mekele, Abiy Ahmed anunciou o fim da ofensiva, mas as Nações Unidas e outras organizações internacionais advertiram que as hostilidades continuam no terreno e denunciaram a situação de milhares de civis, que se encontram sem acesso a ajuda humanitária.

O alarme cresce em relação ao destino dos 6 milhões de habitantes de Tigray, à medida que os combates entre as forças etíopes e aliadas e os que apoiam os agora fugitivos líderes de Tigray, que dominaram o Governo etíope durante décadas.

É desconhecido o total de civis mortos desde há quatro meses. Funcionários de várias organizações humanitárias vêm a alertar há mais de um mês que um número crescente de pessoas pode estar a morrer à fome em Tigray.

Leia Também: Guerra está a provocar limpeza étnica no Tigray, diz relatório dos EUA

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