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Myanmar: Protestos voltam às ruas um dia após detenção de centenas

Myanmar (antiga Birmânia) está a viver hoje um novo dia de manifestações em massa, após a violência policial do dia anterior, quando 479 pessoas foram detidas sob a acusação de "protestos contra o Estado".

Myanmar: Protestos voltam às ruas um dia após detenção de centenas
Notícias ao Minuto

06:04 - 28/02/21 por Lusa

Mundo Myanmar

A polícia, além de deter centenas de pessoas, incluindo jornalistas, disparou balas de borracha e gás lacrimogéneo contra manifestantes no sábado, informou a emissora pública agora controlada pelos militares.

As forças policiais espancaram brutalmente alguns dos detidos e usaram táticas de intimidação contra outros, incluindo uma mulher grávida e uma voluntária de saúde.

Apesar da repressão do dia anterior, milhares de birmaneses voltaram hoje às ruas para rejeitar o golpe militar de 01 de fevereiro e exigir a libertação dos políticos eleitos detidos, incluindo a líder deposta e Prémio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi.

A polícia em Rangum, a antiga capital e cidade mais populosa de Myanmar, voltou hoje a responder duramente, numa tentativa de dispersar a multidão e silenciar a dissidência contra os militares.

Hoje de manhã, pelo menos duas pessoas foram feridas após alegados disparos com munições reais das forças de segurança, em Rangum.

Entretanto, os media locais noticiaram uma dúzia de feridos, também em resultado de disparos, na cidade meridional de Dawei, onde pelo menos uma pessoa foi morta.

Até sábado, oito pessoas tinham morrido em resultado da violência desencadeada após o golpe, três delas mortas a tiro pela polícia, segundo dados da Associação de Assistência aos Prisioneiros Políticos na Birmânia, tendo sido detidas desde o início da revolta 854 pessoas, das quais 83 já foram libertadas.

A junta militar, chefiada pelo general Min Aung Hlaing, acusado de genocídio por alegadamente ter orquestrado a campanha de violência contra o grupo étnico rohingya em 2017, no oeste do país, afirmou que a polícia utiliza o mínimo de força contra as manifestações.

Os militares justificam o golpe de estado alegando fraude eleitoral cometida nas eleições legislativas de novembro passado, nas quais a Liga Nacional para a Democracia, partido de Suu Kyi, venceu por esmagadora maioria.

Tanto os observadores internacionais como a comissão eleitoral deposta pela junta militar após a tomada do poder negaram a existência de irregularidades, apesar da insistência de alguns comandantes do Exército, cujo partido detém 25% dos lugares no Parlamento.

A comunidade internacional tem anunciado sanções contra os líderes do golpe militar, incluindo o general Min Aung Hlaing, presidente do Conselho Administrativo de Estado e autoridade máxima em Myanmar.

Na quinta-feira, a rede social Facebook bloqueou todos os perfis relacionados com o novo regime em Myanmar, incluindo os do Governo e dos meios de comunicação agora controlados pela junta militar, devido ao "grave registo de violações dos direitos humanos cometidas pelo Exército e o óbvio risco de incidentes violentos incitados pelos militares".

Leia Também: Myanmar: Junta militar demite embaixador junto das Nações Unidas

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