Centenas de russos concentram-se em Moscovo para recordar opositor
Várias centenas de russos concentraram-se hoje no centro de Moscovo, em memória do opositor Boris Nemtsov, um dos principais críticos do Presidente Vladimir Putin assassinado há seis anos.
© Lusa
Mundo Boris Nemtsov
Boris Nemtsov, que desempenhava um papel importante na oposição a Putin e foi vice-primeiro-ministro à época do presidente russo Boris Ieltsin, foi abatido, com quatro tiros à queima-roupa, numa ponte a dois passos do Kremlin, a 27 de fevereiro de 2015.
"Concentramo-nos neste dia, a cada ano, neste local, para mostrar ao poder que não esquecemos e não nos esqueceremos. A memória de Boris não será apagada", disse à agência AFP o opositor e antigo primeiro-ministro Mikhail Kassianov.
"Tenho a certeza de que aquilo por que Boris se bateu, a liberdade dos russos, o seu bem-estar, uma vida digna, será em breve realidade", frisou, saudando "a contribuição" do opositor assassinado para "a libertação dos russos da opressão e do totalitarismo" em vigor "desde a época soviética".
Este ano, os manifestantes foram autorizados a depositar flores no memorial improvisado erguido em memória de Boris Nemtsov, no local da sua morte, regularmente desmantelado pelas autoridades russas.
Segundo a organização não-governamental Compteur Blanc, que tem seguido as manifestações na Rússia, cerca de 740 pessoas participaram na concentração, entre os quais vários embaixadores de países da União Europeia.
"Nemtsov continua a ser um exemplo para quem não é indiferente à liberdade, aos direitos humanos e à democracia", publicou, na rede social Twitter, a representação da União Europeia na Rússia.
Esta concentração acontece quando o atual principal opositor do regime russo, Alexei Navalny, foi transferido para uma penitenciária onde deve cumprir uma pena de dois anos e meio de prisão após ter sido acusado de fraude, num processo que o visado denuncia como politicamente motivado.
Navalny foi detido no regresso a Moscovo, após cinco meses de convalescença na Alemanha, após uma alegada tentativa de envenenamento que atribui ao Kremlin.
A sua detenção deu origem a significativas manifestações na Rússia, reprimidas pelas autoridades.
Em julho de 2017, cinco homens originários das repúblicas da Chechénia e da Inguchétia, no Cáucaso russo, foram condenados pelo assassinato de Boris Nemtsov a penas entre 11 e 20 anos de prisão.
A família de Boris Nemtsov denunciou o "falhanço total" da justiça russa, que acusa de não ter identificado o verdadeiro mandante.
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