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Damasco considera "agressão" ataque dos EUA contra milícia pró-Irão

Damasco criticou hoje como uma "agressão" o ataque aéreo dos Estados Unidos no leste da Síria contra milícias pró-Irão, que considerou um sinal de "mau presságio" em relação à política da nova administração norte-americana de Joe Biden.

Damasco considera "agressão" ataque dos EUA contra milícia pró-Irão
Notícias ao Minuto

16:06 - 26/02/21 por Lusa

Mundo Síria

Damasco criticou hoje como uma "agressão" o ataque aéreo dos Estados Unidos no leste da Síria contra milícias pró-Irão, que considerou um sinal de "mau presságio" em relação à política da nova administração norte-americana de Joe Biden.

"Esta agressão constitui um sinal de mau presságio relativo às políticas da nova administração norte-americana, que é suposto aderir à legitimidade internacional e não à lei da selva seguida pela anterior administração norte-americana", indica um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio, alertando para um aumento da tensão na região.

O "ataque cobarde na província de Deir Ezzor perto da fronteira entre a Síria e o Iraque (...) trará consequências", adianta o ministério, segundo a agência síria SANA.

Pelo menos 22 combatentes de milícias iraquianas pró-Irão morreram hoje e armas e munições foram destruídas, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), na primeira ação militar conhecida sob a égide do Presidente Joe Biden, que iniciou o mandato a 20 de janeiro.

Moscovo, um dos principais aliados do regime sírio a par de Teerão, condena "categoricamente" o ataque e pede "respeito incondicional pela soberania e integridade territorial da Síria", disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova.

A Rússia rejeita "qualquer tentativa de transformar o território sírio em palco de ajustes geopolíticos", adiantou.

O Pentágono disse em comunicado que os ataques contra uma "infraestrutura utilizada por milícias apoiadas" por Teerão no leste da Síria foram "autorizados em resposta a ataques recentes contra funcionários dos Estados Unidos e da Coligação no Iraque, e ameaças contínuas contra estes funcionários".

Os ataques contra infraestruturas norte-americanas no Iraque aumentaram desde que os Estados Unidos mataram em janeiro de 2020 um poderoso general iraniano, Qassem Suleimani, e um comandante iraquiano de milícias pró-iranianas num ataque aéreo no aeroporto de Bagdad.

O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, por seu turno, lamentou que Moscovo só tenha sido avisada por Washington "quatro ou cinco minutos" antes dos ataques no leste da Síria.

Sugerindo que os Estados Unidos já não têm intenção de sair da Síria, apesar da retirada anunciada pelo ex-presidente Donald Trump, Lavrov disse: "É muito importante para nós entendermos qual será a linha estratégica dos Estados Unidos no terreno e na região".

Questionado por jornalistas sobre o ataque, o porta-voz do governo do Japão, Katsunobu Kato, assinalou a "preocupação" de Tóquio com a situação no Médio Oriente.

Adiantou que o governo nipónico "é aliado dos Estados Unidos e mantém uma boa relação com o Irão, por isso, continuará a fazer esforços diplomáticos para ajudar a reduzir a tensão na área e a estabilizar a situação".

O ataque aéreo norte-americano teve como alvo as Brigadas do Hezbollah, uma das milícias mais poderosas apoiadas pelo Irão, classificada de organização terrorista pelos Estados Unidos e que integra as Forças de Mobilização Popular do Iraque.

Segundo a agência norte-americana Associated Press, o bombardeamento provavelmente visa enviar uma mensagem a Teerão de que Washington não tolerará ataques contra os interesses dos Estados Unidos na região, ao mesmo tempo que deixa a porta aberta a negociações.

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