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EUA apelam a Exército arménio para não intervir em questões políticas

Os EUA apelaram hoje ao Exército da Arménia para não intervir em questões políticas, depois de o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinyan, ter rejeitado um apelo das chefias militares para se demitir, que qualificou de "tentativa de golpe de estado".

EUA apelam a Exército arménio para não intervir em questões políticas
Notícias ao Minuto

21:06 - 25/02/21 por Lusa

Mundo EUA

"Recordamos a todas as partes o princípio basilar da democracia de que as forças armadas de um Estado não devem intervir em assuntos políticos domésticos", disseo porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.

"Apelamos a todas as partes para que demonstrem contenção e se abstenham de quaisquer atos de violência de favoreçam uma escalada", adiantou Price, assegurando que Washington continuará a acompanhar de perto a situação.

Os Estados Unidos apelaram à contenção no país e em particular à não intervenção do Exército nas questões políticas.

Contestado devido à gestão do conflito do ano passadocom o Azerbaijão no enclave de Nagorno-Karabakh,Pashinyan demitiu o chefe de Estado-Maior das Forças Armadas e, depois de o Estado-Maior do Exército ter apelado àsua demissão,juntou cerca de 20 mil apoiantes nas ruas da capital, avisando contra qualquer tentativa de sublevação.

"O problema mais importante agora é manter o poder nas mãos do povo porque considero que o que está a acontecer é um golpe militar", dissePashinyan, ex-jornalista que chegou ao poder em 2018 na sequência de uma onda de protestos no país.

"O Exército (...) deve obedecer ao povo e às autoridades eleitas", adiantouo primeiro-ministro arménio, contestado pela oposição devido àsamplas concessões territoriais aoAzerbeijão no final do conflito do ano passado.

Até ao momento não foram registados movimentos de tropas, e o Ministério da Defesa já qualificou de "inaceitável" a intromissão dos militares no processo político.

O comunicado hoje divulgado pela chefia do Exército, em que é condenada a demissão do chefe de Estado-Maior Onik Gasparian, refere que "a gestão ineficaz das autoridades e os graves erros na política externa colocaram o país à beira do colapso".

Também nas ruas de Erevan concentraram-se hoje entre 10 mil e 13 mil manifestantes da oposição exigindo a demissão do Governo.

Vladimir Putin manteve hoje uma conversa telefónica com Pashinyan, apelando a uma "resolução da situação no quadro da lei", segundo divulgou o Kremlin.

A União Europeia também afirmou estar atenta a situação e apelou ao Exército arménio para manter a neutralidade política.

Milhares de pessoas marcharam segunda-feira na capital da Arménia exigindo a demissão do primeiro-ministro.

Os protestos maciços começaram no país em novembro de 2020, depois de Pashinyan ter assinado um acordo de paz cedendo o controlo de grandes partes do território separatista de Nagorno-Karabakh e áreas adjacentes ao Azerbaijão.

O acordo, mediado pela Rússia, terminou 44 dias de confrontos entre Baku e Erevan na região separatista do Azerbaijão de maioria arménia, que causaram mais de 5.500 baixas militares, nos contingentes dos dois países, e mataram cerca de 150 civis, segundo os balanços oficiais.

Pashinyan recusoudemitir-se sob pressão dos manifestantes e defendeu o acordo de paz como uma medida dolorosa, mas necessária, que impediu o Azerbaijão de invadir toda a região de Nagorno-Karabakh.

As manifestações perderam fulgor durante o inverno, mas recomeçaram no sábado, com milhares de arménios a tomar as ruas de Erevan novamente.

A região montanhosa de Nagorno-Karabakh, apoiada pelas autoridades de Erevan (capital da Arménia) e habitada principalmente por arménios cristãos, separou-se do Azerbaijão, país muçulmano xiita de língua turca, pouco antes da dissolução da URSS (antiga União Soviética), levando a uma guerra que causou mais de 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados nos anos 1990.

Desde então Baku, que conta com o apoio da Turquia, acusa a Arménia de ocupar o seu território e os confrontos armados são regulares, mas as hostilidades iniciadas em setembro do ano passado foram consideradas como as mais graves desde 1994.

Em novembro passado, um acordo patrocinado pela Rússia pôs fim aos confrontos, pacto esse que marcou uma amarga derrota militar para a Arménia, que teve de retroceder de uma parte de Nagorno-Karabakh, bem como de importantes territórios circundantes.

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