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Vítimas civis no Afeganistão aumentaram após conversações de paz

O número de vítimas civis no Afeganistão após o início das negociações de paz entre o Governo e os talibãs é o segundo maior desde 2009, quando os dados começaram a ser compilados pela ONU, segundo um relatório hoje divulgado.

Vítimas civis no Afeganistão aumentaram após conversações de paz
Notícias ao Minuto

12:25 - 23/02/21 por Lusa

Mundo Afeganistão

De acordo com o documento anual da missão de assistência das Nações Unidas no Afeganistão (UNAMA), no quarto trimestre de 2020, período em que ocorreu a primeira fase das negociações entre os talibãs e o Governo afegão, no Qatar, registou-se 2.797 vítimas civis (891 mortos e 1.901 feridos).

O aumento ocorreu, principalmente, devido aos dispositivos explosivos e uma onda de assassínios direcionados atribuídos aos talibãs.

Mesmo assim, o número de vítimas civis ao longo de 2020 registou uma redução significativa, que se deve principalmente, de acordo com a UNAMA, a um menor número de mortos e feridos documentados do que período anterior às negociações.

Entre 01 de janeiro e 31 de dezembro de 2020, a UNAMA documentou 8.820 vítimas civis (3.035 mortos e 5.785 feridos), 15% a menos que os 10.401 registados em 2019, "o menor número de vítimas civis desde 2013", apontou.

"Embora a redução do número seja bem-vinda, a documentação mostra que os menores níveis de danos foram parcialmente anulados por aumentos em algumas táticas, além de um aumento invulgar de danos a civis no último trimestre do ano", detalhou.

Os assassínios dirigidos em 2020 constituíram 14% do total de vítimas civis e aumentaram 45% em comparação a 2019.

A maioria das mortes foi cometida na forma de ataques com bombas ou tiroteios e as vítimas eram, em sua maioria, dos media, da sociedade civil, do judiciário e da administração civil do Governo.

"O relatório lembrou às partes que os ataques contra civis ou alvos civis são violações graves do direito humano internacional que podem constituir crimes de guerra", disse a UNAMA.

O aumento das vítimas, num momento em que os talibãs e o Governo afegão negoceiam uma solução política para o conflito, mostra que o processo "não conseguiu amenizar a magnitude dos danos civis", lamentou a missão da ONU.

"Em vez disso, houve uma escalada de violência com tendências e consequências perturbadoras", acrescentou.

No relatório, a representante especial do secretário-geral da ONU para o Afeganistão, Deborah Lyons, exortou as partes em diálogo a abordar a necessidade de um cessar-fogo, que é "em última análise a melhor forma de proteger os civis".

As vítimas crianças também chegaram a 2.619 (30 por cento) e as mulheres a 1.146 (13 por cento). Isso mostra que "mais mulheres (390) morreram no conflito em 2020 do que em qualquer ano desde que a UNAMA começou a documentação sistemática em 2009".

Sessenta e dois por cento do total de vítimas civis (1.885 mortos e 3.574 feridos) foram causadas por grupos insurgentes e os talibãs foram responsáveis por 45% do total de vítimas. O grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) foi responsável por 8% e 9% atribuídos a grupos armados não identificados.

As forças pró-governo causaram um quarto das vítimas civis, com um total de 2.231 (841 mortos e 1.390 feridos), uma diminuição de 24% em relação a 2019, com as forças de segurança afegãs responsáveis pela maioria delas (22%).

Enquanto isso, as forças estrangeiras provocaram 1% (120) das vítimas civis, o número mais baixo desde 2009 e 85% menos do que em 2019.

Os dados sobre as mortes de civis no Afeganistão começaram a ser compilados pela UNAMA em 2009.

Leia Também: Retomadas conversações entre Governo afegão e talibãs

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