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Soldados etíopes no Sudão do Sul recusam regresso à Etiópia

Cerca de 15 soldados etíopes, pertencentes à minoria tigray, do contingente das Nações Unidas no Sudão do Sul, recusaram hoje regressar à Etiópia, segundo a ONU.

Soldados etíopes no Sudão do Sul recusam regresso à Etiópia
Notícias ao Minuto

22:22 - 22/02/21 por Lusa

Mundo ONU

Stephane Dujarric, porta-voz da ONU, afirmou que os "capacetes azuis" em causa fazem parte de um grupo de 169 etíopes incluídos numa rotação de tropas, mas que "escolheram não embarcar no aeroporto de Juba", capital do Sudão do Sul rumo à Etiópia, onde na região de Tigray prosseguem confrontos desde final do ano passado e a situação humanitária tem vindo a degradar-se.

"Pediram para ficar. Estão a receber apoio do Ministério sudanês para os Assuntos de Refugiados", e o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), "está em contacto" com as autoridades sudanesas, referiu o mesmo responsável. 

"Qualquer pessoa que necessite de proteção internacional tem o direito de pedir asilo" e "não pode ser feita regressar ao seu país de origem se sentir que a sua vida pode estar ameaçada", disse Dujarric

Do continente de 17.200 militares das Nações Unidas no Sudão do Sul, 2.100 são etíopes.

A região do Tigray tem sido palco de confrontos desde que o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, lançou, em 04 de novembro, uma operação militar contra as forças da Frente Popular de Libertação do Tigray, que governava a região e que desafiou a autoridade federal durante vários meses. 

No início do mês o Crescente Vermelho Etíope disse que as agências humanitárias no terreno não têm acesso a 80% da população da província, alimentando receios de que a situação humanitária se agrave. 

Na semana passada, a Organização das Nações Unidas (ONU) disse que a região do Tigray está numa "situação muito crítica de malnutrição", com impossibilidade de acesso à população.

A ONU disse ainda que as forças de defesa da Etiópia continuam a ocupar um hospital na cidade de Abi Adi, "impedindo que até 500 mil pessoas acedam aos serviços de saúde", numa região onde o sistema de saúde colapsou em grande escala, depois de saques e de fogo de artilharia.

Os combates continuam intensos entre as forças etíopes e aliadas e as apoiantes dos líderes fugitivos do Tigray, que anteriormente dominavam o Governo da Etiópia.

Falando na sexta-feira depois de visitar a capital de Tigray, MekeleA presidente etíope Sahle-Work Zewde alertou que "as necessidades são tremendas" e que não é possível "fingir que não vemos ou ouvimos o que se está a passar". 

Na sexta-feira, as autoridades etíopes disseram que a ajuda humanitária chegou a 2,7 milhões de pessoas no Tigray, mas o relatório da ONU indica que a resposta atual é "drasticamente inadequada", mesmo que tenha sido feito algum progresso.

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