Etiópia: Região separatista de Tigray está sem eletricidade
A região etíope de Tigray (norte), em conflito com o governo federal desde novembro, está sem eletricidade, disse hoje fonte oficial, responsabilizando os separatistas da Frente Popular de Libertação do Tigray (TPLF, na sigla em inglês) pelo apagão.
© Getty
Mundo Etiópia
A região tem sido palco de confrontos desde que o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, lançou, em 04 de novembro, uma operação militar contra as forças da TPLF, que governava a região e que desafiou a autoridade federal durante vários meses.
Adis Abeba declarou o fim do conflito em 28 de novembro após a tomada da capital regional Mekele, mas as forças da TPLF continuam os ataques.
A empresa estatal de energia Ethiopia Electricity Power (EEP) disse hoje que "o que resta" das forças da TFLP tinham atacado uma linha elétrica de alta tensão entre a cidade de Alamata e a capital regional Mekele, "causando um apagão total na região".
O comunicado não especificava a data do ataque nem a extensão dos estragos.
De acordo com um habitante contactado pela agência France-Presse, a energia está cortada desde terça-feira à noite.
O residente disse que os receios de uma ofensiva da TPLF estavam a crescer em Mekele, onde as forças de segurança estão a construir trincheiras.
Bandeiras vermelhas e amarelas associadas à TPLF, bem como balões da mesma cor, têm aparecido na cidade nos últimos dias.
O porta-voz da TPLF, Getachew Reda, negou quaisquer planos para uma ofensiva iminente numa entrevista, na terça-feira, com uma estação de televisão norte-americana.
"Neste momento, não temos pressa em libertar as nossas cidades. As cidades são nossas. Faremos tudo o que pudermos para assegurar que as nossas cidades não sejam centros de destruição", disse Getachew.
A Internet continua também cortada na região desde o início do conflito que, segundo o International Crisis Group, causou milhares de mortos e dezenas de milhares de refugiados, que fugiram para o vizinho Sudão.
A agência das Nações Unidas que coordena a resposta a emergências (OCHA) afirmou na semana passada que "grande parte das zonas rurais, onde 80% da população vivia antes do conflito, continuam vedadas e sem acesso de ajuda humanitária".
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