UE "fundamental" no apoio à transição de países dependentes de recursos
O ministro do Ambiente e da Ação Climática defendeu hoje que a União Europeia (UE) tem um "papel fundamental" no apoio financeiro a países economicamente dependentes de recursos naturais para concretizarem a transição energética.
© Global Imagens
Mundo UE/Presidência:
João Pedro Matos Fernandes, que falava numa videoconferência sobre os desafios climáticos e a transição industrial e energética pós-pandemia, afirmou que a UE, a par com os Estados Unidos, assume um "papel fundamental" na ajuda a países "cujas economias dependem muito de petróleo e gás" e que não têm dinheiro para concretizarem as mudanças necessárias em matéria de segurança energética.
Dando como exemplo Nigéria e Angola, o ministro considerou ser "muito óbvio" que estes países precisam de apoio financeiro para se tornarem capazes de reutilizar os recursos naturais e atingir a neutralidade carbónica, pois esse é "um problema que nenhum país, pequeno ou grande, pode resolver sozinho".
Lembrando que o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, tem apelado para que os países não subsidiem projetos que usam combustíveis fósseis, o responsável sustentou que, a nível europeu, "a melhor forma de ser justo é depender de fontes naturais e não de petróleo ou gás".
Por isso, acredita que, "com compromisso político, investir em fontes renováveis é criar novos empregos e mais empregos qualificados".
Quanto a Portugal, um país "sem petróleo nem gás", Matos Fernandes assinalou que, para "ter um sistema de maior resiliência em torno da segurança energética", é necessário "usar os nossos próprios recursos naturais".
"Ter um sistema totalmente seguro quando falamos em energia é ter 100% da eletricidade proveniente do vento, do sol e da água", apontou, destacando o hidrogénio como elemento "chave" na substituição do gás natural por recursos renováveis, sobretudo na indústria química.
Neste sentido, o ministro frisou que a ideia de sustentabilidade e economia serem duas áreas separadas é "falsa".
Dos "três" cenários socioeconómicos estudados para o cumprimento do objetivo da neutralidade carbónica até 2050, Matos Fernandes assegura que "o cenário escolhido é o que garante que a economia cresce mais".
Matos Fernandes falava numa sobre as transformações e os impactos do Pacto Ecológico Europeu, organizada pela embaixada de Portugal em Praga, no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da UE, em parceria com a representação da Comissa~o Europeia na República Checa e com o Instituto de Relações Internacionais, o Banco Europeu de Investimento (BEI), a Comissão Europeia e o Instituto de Política Europeia EUROPEUM.
JAYG // MDR
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