A operação decorreu na noite de segunda-feira para hoje em Ali-Khwaja, uma área controlada pelo regime talibã.

"As nossas forças especiais realizaram na noite passada uma operação militar a uma prisão talibã em que resgataram 42 prisioneiros", explicou à agência noticiosa espanhola EFE o porta-voz do Corpo de Operações Especiais do Exército do Afeganistão, Abdul Ghafar Nutistami, adiantando que foram libertados 25 soldados e 17 civis, todos homens.

A maioria dos detidos tinha sido capturada pelos talibãs durante os últimos meses em várias estradas nas regiões sob o seu controlo e foram acusados de trabalhar ou de cooperar com as autoridades de Cabul.

"Após a operação, levamos os resgatados para a província de Balkh (norte) para que possam reunir-se com familiares, assim que terminarem os exames médicos e os procedimentos administrativos", acrescentou o porta-voz.

Num comunicado, o Ministério da Defesa afegão indicou que os seis guardas da prisão fugiram logo após o início da operação, pelo que não ocorreram nem confrontos nem se registaram baixas.

Segundo o documento, alguns dos prisioneiros já estavam detidos há mais de dois anos, tendo sido alvo de torturas por parte dos insurgentes.

No último mês, prossegue-se no comunicado, as forças especiais afegãs resgataram mais de uma centena de prisioneiros de prisões talibãs.

Estas operações ocorrem numa altura em que as forças de segurança afegãs adotaram uma posição defensiva para reduzir a violência no país como parte das conversações de paz em curso em Doha entre os insurgentes e o Governo do Afeganistão.

As conversações entre as duas partes começaram em 12 de setembro de 2020, mas, após cinco meses de negociações, não foram registados quaisquer avanços significativos.

O início do diálogo surgiu na sequência do um acordo histórico assinado em fevereiro do mesmo ano, igualmente em Doha, entre os talibãs e os Estados Unidos, com Washington a concordar em retirar as tropas norte-americanas do Afeganistão no prazo de 14 meses e os insurgentes a comprometerem-se em não permitir a presença de terroristas em território afegão.

O acordo definiu também a libertação de 5.000 talibãs e de um milhar de membros das forças de segurança como passo prévio para o início de conversações intra-afegãs.

No entanto, os talibãs exigem agora a libertação total dos seus prisioneiros, tendo-se convertido num dos principais obstáculos ao reinício das conversações, que deveriam ter sido retomadas em janeiro passado.

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