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Malásia vai repatriar 1.200 migrantes birmaneses e deixa ACNUR preocupado

O Governo malaio anunciou que vai repatriar 1.200 migrantes birmaneses na próxima semana, apesar do golpe de Estado de 1 de fevereiro em Myanmar (antiga Birmânia), garantindo que nenhum deles pertence à minoria muçulmana rohingya.

Malásia vai repatriar 1.200 migrantes birmaneses e deixa ACNUR preocupado
Notícias ao Minuto

09:14 - 16/02/21 por Lusa

Mundo Migrantes

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), no entanto, expressou já "preocupação" quanto ao facto de, entre os que serão repatriados, poderem estar mulheres e crianças vulneráveis.

Numa declaração divulgada na noite de segunda-feira, o diretor do Departamento de Imigração da Malásia, Khairul Dzaimee Daud, adiantou que os repatriados seguirão a 23 deste mês para Myanmar a bordo de navios birmaneses.

Segundo Daud, os 1.200 birmaneses encontram-se detidos por "delitos" que incluem documentos de viagem inválidos, prolongamento da estada no país e violação dos seus passes de visitas sociais.

"Nenhum dos envolvidos na operação de repatriamento é portador de um cartão de refugiado do ACNUR ou membro da etnia rohingya. É apenas parte de um programa normal de deportação de imigrantes retidos nos nossos centros de detenção", disse Daud.

A Imigração malaia indicou que, em 2020, repatriou um total de 37.038 migrantes, incluindo 3.322 oriundos de Myanmar, número inferior ao registado em 2019 (59.114), uma vez que muitos países encerraram as fronteiras devido à pandemia de covid-19.

Por seu lado, o ACNUR disse que está impedido desde agosto de 2019 de visitar os centros de detenção e que, por essa razão, não tem a possibilidade de verificar quem precisa ou não de proteção.

"Estamos preocupados porque ainda permanece detido na Malásia um número de pessoas, incluindo mulheres e crianças vulneráveis, que pode precisar de proteção internacional, mas cujas reivindicações não foram verificadas e, por isso, não têm a documentação necessária do ACNUR", indica uma nota da agência da ONU.

"Se se detetar que precisam de proteção internacional, esses indivíduos não devem ser deportados porque irão enfrentar uma situação em que as suas vidas ou liberdades podem estar em risco", acrescenta a nota.

A Malásia, segundo dados de Kuala Lumpur, acolhe cerca de 180.000 refugiados e requerentes de asilo, incluindo mais de 100.000 rohingya e de pessoas de outros grupos étnicos de Myanmar.

Mais de 700.000 rohingya fugiram de Myanmar desde agosto de 2017, quando os militares lançaram uma operação de limpeza étnica em resposta aos ataques de um grupo rebelde.

As forças de segurança birmanesas foram acusadas de estupros em massa, assassínios e de incendiarem milhares de casas.

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