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Rússia responsabiliza Bruxelas por rutura nas relações com a UE

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, disse hoje que a rutura entre Moscovo e a União Europeia (UE) começou há muitos anos e que a culpa é exclusivamente de Bruxelas.

Rússia responsabiliza Bruxelas por rutura nas relações com a UE
Notícias ao Minuto

13:56 - 15/02/21 por Lusa

Mundo UE

"Qualquer pessoa que esteja interessada, nem que seja um pouco, na situação na Europa sabe que essa rutura já existe há muitos anos. E as relações foram cortadas pela UE", disse Lavrov, numa conferência de imprensa conjunta em São Petersburgo, com o homólogo finlandês, Pekka Haavisto.

Lavrov - que procurou esclarecer as suas declarações de sexta-feira passada sobre uma possível rutura com a UE - disse que o momento-chave foi quando os responsáveis da comunidade europeia demonstraram a sua "impotência" perante o que descreveu como o "golpe" de fevereiro de 2014 em Kiev, que levou à queda do Presidente ucraniano, Viktor Yanukovych.

"Acredito que nessa altura ocorreu uma verdadeira humilhação da União Europeia", disse Lavrov, referindo-se à revolução conhecida como Euromaidan (uma vaga de manifestações nacionalistas que pedia uma maior integração europeia da Ucrânia).

O chefe da diplomacia russa acusou a UE de permanecer indiferente perante os ataques aos habitantes da Crimeia e de Donbass por aqueles que tomaram o poder em Kiev, a quem chamou de "ultra-radicais e neonazis".

"A UE culpou a Rússia", denunciou Lavrov, referindo-se às sanções de Bruxelas a Moscovo por causa da anexação da península da Crimeia na Ucrânia e pela intervenção armada no leste da Ucrânia.

Lavrov também criticou Bruxelas por renunciar nos últimos anos a todos os mecanismos de cooperação entre as duas partes, incluindo as cimeiras que ocorriam duas vezes por ano ou as reuniões anuais entre o Governo russo e comissários europeus.

Para Lavrov, os contactos entre a Rússia e a UE limitam-se agora ao essencial e a questões como o conflito na Síria ou o programa nuclear iraniano.

"Já vivemos há sete anos sem estes mecanismos. O quadro de relações foi destruído conscientemente por iniciativa da UE", denunciou Lavrov, que acrescentou que Moscovo tem a obrigação de "estar preparado para qualquer desenvolvimento dos acontecimentos" que envolvam os 27 países da comunidade europeia.

"A escolha recai sobre a UE: se decidir que, em qualquer caso, as relações devem ser restabelecidas, estaremos preparados", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, realçando que a Rússia não tem problemas com a maioria dos países europeus.

"A UE não deve ser confundida com a Europa. Não estamos a deixar a Europa. Na Europa temos muitos amigos, muitos correligionários. Continuaremos a desenvolver relações mutuamente benéficas com eles", explicou Lavrov.

Sobre as sanções comunitárias e os seus efeitos no comércio entre a Rússia e os parceiros europeus, o ministro russo disse que "a vida continua" e que as relações com cada país separadamente estão acima do estado de cooperação com a UE.

Na sexta-feira, Lavrov fez referência a um possível rompimento das relações com a UE, no caso de novas sanções, depois de o alto representante para a Política Externa da UE, Josep Borrell, ter garantido que a Rússia "está a afastar-se progressivamente da Europa".

Borrell, que em 05 de fevereiro se tornou o primeiro chefe da diplomacia comunitária a visitar a Rússia desde 2017, admitiu que o encontro com Lavrov foi tenso, especialmente quando pediu a libertação do líder da oposição, Alexei Navalni, condenado a pena de prisão.

No regresso a Bruxelas, o diplomata não descartou a adoção de um novo conjunto de sanções contra Moscovo, respondendo às solicitações feitas por vários membros da União.

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