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Iémen: EUA vão retirar Huthis da lista negra de organizações terroristas

Os Estados Unidos anunciaram hoje que, a partir da próxima terça-feira, os rebeldes iemenitas Huthis deixam de figurar na "lista negra" de "organizações terroristas", apesar de uma escalada nos ataques que coloca a administração de Joe Biden na defensiva.

Iémen: EUA vão retirar Huthis da lista negra de organizações terroristas
Notícias ao Minuto

18:16 - 12/02/21 por Lusa

Mundo Iémen

A decisão de inscrever na lista de organizações terroristas fora já tomada há um mês, nos últimos dias da administração de Donald Trump, causando imediatamente protestos de organizações humanitárias internacionais.

"Ouvimos avisos das Nações Unidas, de grupos humanitários e de membros dos dois partidos políticos representados no Congresso, entre outros, de que essa decisão poderia ter um impacto devastador no acesso dos iemenitas a bens de primeira necessidade, como comida ou combustível", esclarece hoje, num comunicado, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.

Assim que Biden chegou à Casa Branca, a 20 de janeiro, os Estados Unidos anunciaram uma revisão urgente dessa decisão, que fora, entretanto, congelada.

Há uma semana, o Departamento de Estado norte-americano notificou formalmente o Congresso dos Estados Unidos da sua intenção de cancelar o registo nas suas duas "listas negras" do terrorismo.

As organizações humanitárias advertiram que não tinham escolha a não ser lidar com os Huthis, que governam, de facto, grande parte do Iémen, incluindo a capital Sanaa.

A qualificação como terrorista implica que qualquer pessoa ou organização que faça transações comerciais com os rebeldes corra o risco de ser processado pelos Estados Unidos.

"Ao acentuar a necessidade de melhorar a situação humanitária no Iémen, esperamos que os campos iemenitas se concentrem no diálogo", continuouBlinken.

O secretário de Estado norte-americano confirmou que os principais líderes Huthis permanecerão, porém, na "lista negra" a título pessoal e ameaçou impor sanções aos responsáveis pelos ataques com barcos armadilhados a navios de transporte comerciais no mar Vermelho e os ataques com drones e mísseis contra a Arábia Saudita.

A Administração Biden está, assim, algo embaraçada, tal como define a agência noticiosa France-Presse (AFP).

Além de anular a decisão sobre os Huthis, uma das primeiras medidas de Biden no Médio Oriente foi pôr termo ao apoio, principalmente em armas, à coligação militar liderada pela Arábia Saudita que luta ao lado do Governo iemenita contra os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão.

Esta nova política foi acompanhada por um compromisso renovado com uma resolução política da guerra no Iémen.

Blinken nomeou um enviado, Tim Lenderking, que, de imediato, visitou a Arábia Saudita na semana passada.

No entanto, os apelos norte-americanos para o fim de um conflito que deixou dezenas de milhares de mortos e milhões de desalojados, causando, segundo a ONU, a pior crise humanitária do mundo, permaneceram até agora ineficazes.

Nos últimos meses, depois de uma diminuição de intensidade, os combates entre o Governo e as forças rebeldes, subiram de tom com a retoma da ofensiva dos Huthis, que, na passada quarta-feira, lançou 'drones' [aparelhos voadores não tripulados] contra um aeroporto internacional no sul da Arábia Saudita, fortemente condenado pelos Estados Unidos.

Leia Também: Iémen: Dezenas de mortos e feridos numa escalada dos combates

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