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Porto de Beirute teve "sorte" de escapar a outras explosões

O porto de Beirute, destruído por uma explosão em agosto que devastou vários bairros da capital libanesa, teve a "sorte" de escapar a outras explosões, segundo a empresa alemã que tratou cerca de 50 contentores de produtos químicos.

Porto de Beirute teve "sorte" de escapar a outras explosões
Notícias ao Minuto

13:11 - 11/02/21 por Lusa

Mundo Líbano

Michael Wentler, especialista em produtos químicos que dirige o projeto da empresa Combi Lift, afirma que milhares de litros de substâncias perigosas estavam armazenados no porto da capital do Líbano há mais de uma década em contentores em muito mau estado.

"Encontrámos substâncias que teriam provocado uma explosão se fossem misturadas", explicou Wentler citado hoje pela agência France Presse. "O porto teve sorte, os contentores estavam distantes" uns dos outros, sublinhou.

A Combi Lift, especialista no transporte pesado, tratou de 52 contentores de substâncias químicas perigosas no âmbito de um contrato assinado em novembro com as autoridades libanesas.

"Nunca fui confrontado com uma situação assim", assegura Wentler, adiantando que vários contentores tinham derrames e que alguns produtos químicos estavam efervescentes.

Armazenados no porto há mais de 10 anos em sete diferentes locais, a maioria dos contentores encontra-se numa zona a céu aberto, no lado oposto ao da explosão ocorrida a 4 de agosto.

Mas poderiam facilmente ter apanhado fogo devido aos vários incêndios que eclodiram no porto após a tragédia, que causou mais de 200 mortos e mais de 6.500 feridos.

A gigantesca explosão deveu-se ao armazenamento, sem medidas de precaução, de uma grande quantidade de nitrato de amónio.

As autoridades ainda não explicaram as razões da acostagem no Líbano do navio que transportava aquele produto ou o seu armazenamento durante mais de seis anos.

Segundo a equipa da Combi Lift, as substâncias químicas que trataram também não possuíam um registo claro da sua origem ou das causas do seu abandono.

Wentler disse que o ácido clorídrico, corrosivo e tóxico, representa 60% dos produtos químicos descobertos pela empresa alemã, que extraiu igualmente milhares de litros de acetona, altamente inflamável, e de peróxido de hidrogénio (água oxigenada), substância oxidante usada principalmente como agente de branqueamento.

Todas as substâncias recuperadas foram armazenadas em contentores especiais, que a Combi Lift prevê transportar no final de fevereiro para a Alemanha.

Leia Também: Visita a local da explosão em Beirute fez parte de atividade profissional

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