RCA. Primeiro comboio de ajuda humanitária da ONU chegou à capital
O primeiro comboio de ajuda humanitária, da ONU, chegou hoje a Bangui, capital da República Centro-Africana, após 50 dias de bloqueio dos acessos pelos rebeldes, anunciou hoje a missão das Nações Unidas no país (Minusca).
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Mundo RCA
Nenhum dos mais de 1.500 camiões, de ajuda humanitária ou bens, bloqueados na fronteira camaronesa, tinha conseguido chegar a Bangui desde que os rebeldes, que ocuparam mais de dois terços do país durante anos, lançaram uma ofensiva a 19 de dezembro, poucos dias antes das eleições gerais, prometendo derrubar o regime do Presidente, Faustin Archange Touadéra, e impedindo os acessos à cidade.
"Catorze camiões, incluindo nove do Programa Alimentar Mundial da ONU", chegaram hoje, disse o tenente-coronel Abdoulaziz Fall, porta-voz da parte militar da Minusca, que indicou que os restantes "são camiões com equipamento" para a missão das Nações Unidas.
Quase todos os bens importados pela República Centro-Africana (RCA), o segundo país menos desenvolvido do mundo de acordo com a ONU, localizado no coração do continente africano e sem litoral, chegam por estrada, através dos Camarões. Mais de um terço da população (1,9 milhões de pessoas) enfrenta um elevado nível de insegurança alimentar.
"Os primeiros camiões dos Camarões chegaram a Bangui escoltados pela Minusca", acrescentou o tenente-coronel Fall.
Quando questionado pela agência de notícias francesa, AFP, o porta-voz da Minusca, Vladimir Monteiro, não esclareceu se o comboio conseguiu chegar à capital do país graças à presença de 'capacetes azuis' e à sua proteção, ou por acordo dos rebeldes.
A RCA caiu no caos e na violência em 2013, após o derrube do então chefe de Estado, François Bozizé, por grupos armados reunidos na Séléka, o que suscitou a reação de outras milícias, agrupadas numa coligação anti Balaka.
Desde então, o território centro-africano tem sido palco de confrontos comunitários entre grupos, que obrigaram quase um quarto dos 4,7 milhões de habitantes da RCA a abandonarem as suas casas.
Portugal tem atualmente na RCA 243 militares, dos quais 188 integram a Minusca e 55 participam na missão de treino da União Europeia (EUTM), liderada por Portugal, pelo brigadeiro general Neves de Abreu, até setembro de 2021.
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