As tensões cresceram no Nepal desde que o primeiro-ministro, K.P. Sharma Oli, dissolveu o parlamento em dezembro, depois de acusar membros do Partido Comunista, o seu próprio partido, de não cooperarem.

As manifestações aumentaram desde então, marcadas por confrontos com a polícia.

A greve geral está a acontecer a pedido de uma fação do Partido Comunista, liderado pelo ex-líder rebelde maoista Pushpa Kamal Dahal, que levou Oli ao poder em 2018 com uma maioria de dois terços, quando as políticas dos dois partidos se fundiram.

A decisão de dissolver o parlamento ocorreu após meses de conflito com Pushpa Kamal Dahal, que se tornou num dos maiores críticos de Oli.

Os dois já tinham entrado em conflito anteriormente por causa do acordo de partilha de poder e pela falta de consultas.

"Somos forçados a tomar as ruas para protestar contra este ato inconstitucional", afirmou Bishnu Rijal, líder do Partido Comunista, em declarações à agência francesa France-Presse.

Escritórios e estabelecimentos em distritos comerciais permaneceram fechados em todo o país, com a polícia a indicar que os grevistas causaram congestionamentos nas estradas de Katmandu ao bloquear veículos e vias.

Pelo menos 188 manifestantes foram detidos em todo o país por obstrução e vandalismo, segundo um porta-voz da polícia.

O governo de K. P. Sharma Oli enfrenta acusações de corrupção e foi criticado pela forma como lidou com a pandemia de covid-19.

Oli convocou novas eleições parlamentares para abril.

A mudança mergulhou o Nepal em novo período de incerteza política, após anos de instabilidade e governos fugazes, marcado também por uma série de terramotos que devastaram o país em 2015.

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