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Senegal liberta defensor dos direitos dos migrantes

Os tribunais do Senegal libertaram hoje um defensor dos direitos dos migrantes, que há duas semanas foi detido por questionar a utilização de dinheiro da União Europeia (UE) para ajudar o país a combater a emigração ilegal.

Senegal liberta defensor dos direitos dos migrantes
Notícias ao Minuto

21:52 - 03/02/21 por Lusa

Mundo Senegal

"O seu estado de saúde é incompatível com a detenção, o juiz de instrução seguiu os nossos argumentos, e estamos satisfeitos com esta decisão", disse o advogado na estação de rádio privada RFM, citado pela agência de notícias France-Presse.

Boubacar Sèye tinha sido detido por "espalhar notícias falsas", há duas semanas, mas no sábado acabou por ser transferido para um hospital devido a problemas de saúde.

Boubacar Sèye, fundador e presidente da Horizons Without Borders (HSF), uma organização não-governamental dedicada à defesa dos migrantes, foi detido em 15 de janeiro no Aeroporto Blaise Diagne, em Diass, perto de Dacar, quando regressava de Espanha.

Sèye foi acusado de declarações falsas sobre "a utilização de fundos atribuídos pela UE para combater a imigração ilegal no Senegal", acrescentou um dos seus advogados, Assane Dioma Ndiaye.

O presidente da HSF afirmou entre outubro e novembro a vários meios de comunicação social no Senegal que, "desde 2005, foram gastos vários biliões de francos CFA (vários milhões de euros, na luta contra a imigração ilegal) e que era necessário parar e avaliar" essa política, indicou outro advogado do ativista, Amadou Diallo.

"Foi acusado de divulgar falsas notícias e colocado sob detenção, ainda que não tenha implicado fosse quem fosse. Ele simplesmente apelou para que seja feita uma avaliação desse dinheiro", disse então Ndiaye.

As saídas de barcos cheios de migrantes das costas do Senegal multiplicou-se em meados do ano passado. O país recebe apoio multifacetado da UE para combater a imigração ilegal, nomeadamente através da Frontex, a Agência Europeia de Vigilância das Fronteiras.

Muitos senegaleses terão morrido ao longo desta nova vaga de partidas em embarcações rudimentares, quanto tentavam alcançar as Ilhas Canárias espanholas, a porta de entrada para a Europa.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) relatou 140 mortes num único naufrágio ao largo da costa do Senegal no final de outubro, um número contestado pelo Governo senegalês.

Leia Também: Gripe aviária está na origem da morte de 750 pelicanos no Senegal

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