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2021 será provavelmente mais "perigoso e violento" que o ano anterior

Este ano será provavelmente mais "perigoso e violento" do que 2020, durante o qual os níveis de conflito "diminuíram ligeiramente" face ao ano anterior, indica uma organização que analisa conflitos em todo o mundo num relatório hoje divulgado.

2021 será provavelmente mais "perigoso e violento" que o ano anterior
Notícias ao Minuto

16:39 - 03/02/21 por Lusa

Mundo ONG

O Projeto de Localização de Conflitos Armados e Dados de Casos (ACLED na sigla em inglês) refere no seu relatório anual que "os níveis de conflito em 2020 diminuíram ligeiramente em relação a 2019 em todas as regiões, exceto na África", prevendo que "os níveis, locais e agentes de conflito global aumentem significativamente em 2021".

"Será um período perigoso e violento, levando a mais incertezas e a menos paz", segundo a ACLED, que adianta que o risco é maior no caso dos conflitos na Bielorrússia, entre a Arménia e Azerbaijão, em Myanmar (antiga Birmânia), na Colômbia, Haiti, Iémen, entre a Índia e o Paquistão, em Moçambique, na Etiópia e no Sahel.

No caso da Bielorrússia existe um "alto risco de desestabilização", refere a organização, que considera provável um aumento "em tamanho e número", na primavera e verão, das manifestações contra as eleições fraudulentas de agosto de 2020 e que exigem a saída do presidente Alexander Lukashenko.

O regime, que tem apostado na repressão dos contestatários e lançou reformas superficiais, é apoiado pelo poderoso vizinho russo, que a ACLED considera "o ator principal" na crise bielorrussa.

A organização prevê que a Rússia possa "abandonar Lukashenko em 2021", argumentando que Moscovo já começou a "lançar as bases para o estabelecimento de partidos pró-Rússia numa Bielorrússia pós-Lukashenko". No entanto, assinala que para o Kremlin também é importante que o movimento de contestação "falhe ou seja desacreditado", pelo que "pode permitir que Lukashenko assuma a culpa pela repressão brutal dos manifestantes antes de se voltar contra ele".

Quanto ao Presidente bielorrusso pode "tentar aumentar a estabilidade política interna e assim melhorar a sua influência" junto da Rússia, através de reformas como por exemplo um referendo sobre emendas constitucionais, que poderão incluir "a sua renúncia como presidente e o assumir de um cargo equivalente".

Em relação à Arménia e ao Azerbaijão, a ACLED diz existir um "alto risco de violência transfronteiriça em Nagorno-Karabakh", apesar do acordo de cessar-fogo assinado entre os dois países em novembro, que acabou com seis semanas de combates no enclave, que mataram mais de 500 pessoas.

"Os principais problemas continuam por resolver", como "a demarcação das fronteiras, mecanismos para prevenir violações do cessar-fogo, o regresso seguro dos refugiados, bem como a presença a longo prazo e a segurança da comunidade arménia na região", assinala.

A organização, especializada na recolha de dados sobre conflitos, prevê para a Colômbia um "alto risco de aumento da violência contra líderes sociais e grupos vulneráveis".

No caso da Índia e do Paquistão vê o "risco de aumento da violência transfronteiriça na (região de) Caxemira", assim como um "alto risco de aumento da violência de gangues num contexto de crescente autoritarismo" no Haiti e o "risco de reinício de conflitos latentes" em Myanmar.

O Iémen, que já foi considerado pela ONU o país com a pior crise humanitária no mundo, corre em 2021um "alto risco de consequências humanitárias", segundo a ACLED.

O relatório divulgado hoje nota que "a escala de destruição no Iémen atingiu níveis sem precedentes" após seis anos de conflito, que terão causado cerca de 130.000 mortos, "incluindo mais de 13.000 civis mortos em ataques direcionados".

"Mais de 19.000 mortes foram registadas em 2020", adianta, sublinhando que, embora aquele número represente uma diminuição de 29% em relação a 2019, o ano passado foi "o terceiro ano mais mortal da guerra". Esta opõe os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão, ao governo, que desde 2015 é ajudado militarmente por uma coligação internacional dirigida pela Arábia Saudita.

A organização indica igualmente que "o conflito não terminará enquanto um dos lados acreditar que pode dominar o outro militarmente, como acontece atualmente com os Huthis".

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