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RCA: Primeiro-ministro anuncia recuperação de cidade aos rebeldes

O primeiro-ministro da República Centro-Africana (RCA) anunciou que as Forças Armadas do país recuperaram aos rebeldes uma cidade situada a 150 quilómetros a noroeste da capital, Bangui, num importante eixo económico.

RCA: Primeiro-ministro anuncia recuperação de cidade aos rebeldes
Notícias ao Minuto

15:14 - 03/02/21 por Lusa

Mundo RCA

"Felicito as nossas forças armadas e aliados que ontem recuperaram a cidade de Bossembélé", escreveu Firmin Ngrebada, na sua conta da plataforma social Twitter, acrescentando: "Mais do que nunca, as nossas forças estão determinadas!"

As autoridades da RCA consideram geralmente como "forças aliadas" os militares ruandeses e os paramilitares russos.

Localizada na Estrada Nacional 1, eixo económico vital para o país - sem litoral - porque liga a capital, Bangui, aos Camarões, a cidade de Bossembélé foi tomada pelos rebeldes da Coligação de Patriotas para a Mudança (CPM) no início da sua ofensiva contra o regime do Presidente Faustin Archange Touadéra.

Em 17 de dezembro, os seis grupos armados mais poderosos, que ocuparam dois terços da República Centro-Africana durante os oito anos de guerra civil, juntaram-se no CPM, e anunciaram então, em 19 de dezembro, oito dias antes das eleições presidenciais e legislativas, uma ofensiva destinada a impedir a reeleição do Presidente Touadéra, que acabou por ser reeleito em janeiro deste ano.

Mas o grupo enfrenta forças muito maiores e mais bem equipadas: cerca de 12.000 soldados da força de manutenção da paz das Nações Unidas na RCA (Minusca), presentes no país desde 2014, bem como centenas de soldados ruandeses e paramilitares russos, enviados pelos seus países, no final de dezembro, para proteger Touadéra e apoiar o Exército centro-africano.

"A Minusca tinha e ainda tem forças em Bossembélé. É graças a estas unidades que bloqueámos as tentativas [dos rebeldes] de atravessar para Bangui", explicou o tenente-coronel Abdoulaziz Fall, porta-voz da componente militar da força de manutenção da paz da Organização das Nações Unidas (ONU), à agência de notícias France-Presse.

Para este responsável, "a complexidade reside no facto de os elementos armados estarem com roupas civis, não só na cidade (...), por vezes misturados com a população".

Os rebeldes controlam a maior parte dos recursos naturais do país e mantêm a insegurança nas estradas, impedem a passagem de comboios de mercadorias para a capital, onde os preços subiram e a escassez de produtos é uma ameaça. Cerca de 1.500 camiões estão bloqueados na fronteira dos Camarões.

Desde o início da sua ofensiva de dezembro último, os rebeldes do CPM têm tentado, segundo a ONU, "sufocar" a capital, cortando as três principais estradas que a ela conduzem.

Desde o final de janeiro, as Forças Armadas do país e os seus aliados têm levado a cabo uma ofensiva para libertar a Estrada Nacional 1 e permitir o reinício dos comboios.

Na República Centro-Africana, o segundo país mais pobre do mundo, mais de um terço da população (1,9 milhões de pessoas) enfrenta um elevado nível de insegurança alimentar, de acordo com a ONU.

A RCA caiu no caos e na violência em 2013, após o derrube do então chefe de Estado, François Bozizé, por grupos armados reunidos na Séléka, o que suscitou a reação de outras milícias, agrupadas numa coligação anti Balaka.

Desde então, o território centro-africano tem sido palco de confrontos comunitários entre grupos, que obrigaram quase um quarto dos 4,7 milhões de habitantes da RCA a abandonarem as suas casas.

Portugal tem atualmente na RCA 243 militares, dos quais 188 integram a Minusca e 55 participam na missão de treino da União Europeia (EUTM), liderada por Portugal, pelo brigadeiro general Neves de Abreu, até setembro de 2021.

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