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Bruxelas condena "veementemente" ameaças na Irlanda do Norte

A Comissão Europeia condenou hoje "veementemente" as ameaças de violência contra funcionários alfandegários na Irlanda do Norte, após terem surgido 'graffitis' perto de Belfast que os descreviam como alvos, tendo o Governo regional suspendido temporariamente alguns controlos fronteiriços.

Bruxelas condena "veementemente" ameaças na Irlanda do Norte
Notícias ao Minuto

14:06 - 02/02/21 por Lusa

Mundo Comissão

"A primeira coisa que gostaria de dizer é que condenamos muito veementemente qualquer ameaça de violência contra funcionários ou contra quem quer que seja na Irlanda do Norte que está simplesmente a exercer o seu dever e a implementar o acordo de saída [pós-'Brexit']. Isso tem de ser muito claro", referiu o porta-voz da Comissão Europeia, Eric Mamer, durante a conferência imprensa diária do executivo comunitário.

A reação do porta-voz comunitário surge após as autoridades da Irlanda do Norte terem suspendido os controlos pós-'Brexit' em produtos de origem animal e retirado trabalhadores de dois portos marítimos para preservar o "bem-estar da equipa", segundo as palavras do governo regional.

Frisando que, "tendo em conta as circunstâncias", a Comissão Europeia "percebe as decisões tomadas pela Irlanda do Norte", Mamer reiterou que "a segurança das pessoas é a primeira e a máxima prioridade".

"Obviamente, a segurança do nosso pessoal na Irlanda do Norte é uma preocupação tão grande como a de qualquer outra pessoa na implementação do acordo de saída. Pedimos-lhes que não se apresentassem ao serviço hoje, e iremos continuar a monitorizar a situação e a adaptar-nos consoante", frisou.

O porta-voz do executivo referiu ainda que o Vice-Presidente da Comissão Europeia e responsável pela implementação do acordo pós-'Brexit', Maros Sefcovic, irá reunir-se por videoconferência quarta-feira com o seu homólogo britânico, Michael Gove, e com a primeira-ministra e vice-primeira ministra da Irlanda, e irão abordar o assunto.

Interrogado sobre se a decisão de controlar a exportação de vacinas para a covid-19 para a Irlanda do Norte tomada na passada sexta-feira pela Comissão Europeia -- e entretanto retirada -- poderá estar por detrás das ameaças, Eric Mamer descartou a hipótese, frisando que, "qualquer que seja a razão", uma "ameaça de violência é simplesmente inaceitável" e não se deve "procurar encontras desculpas".

"Segundo a informação de que dispomos, a situação já terá ocorrido há algum tempo, portanto antes dos acontecimentos mencionados", referiu.

O governo regional da Irlanda do Norte disse ter interrompido as inspeções nos portos de Belfast e Larne "no interesse do bem-estar da equipa" e Mark McEwan, chefe assistente do Serviço de Polícia da Irlanda do Norte, adiantou que a força aumentou as patrulhas, "a fim de tranquilizar os funcionários e a comunidade local".

Escritos em 'graffiti' apareceram recentemente na área de Larne, 32 quilómetros a nordeste de Belfast, descrevendo os funcionários portuários como "alvos", o que reflete um agravar das tensões pós-Brexit na Irlanda do Norte.

O presidente da Câmara Municipal local, Peter Johnston, queixou-se do "'graffiti' profundamente perturbador e [de] um aumento notável das tensões na comunidade".

Uma fronteira aberta entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda é um pilar fundamental do processo de paz que pôs fim a décadas de violência na região.

Mas, com o Reino Unido fora da UE, a única maneira encontrada para evitar os controlos ao longo da fronteira foi manter a Irlanda do Norte vinculada a algumas das regras da UE, o que implica controlos sobre o comércio entre a Irlanda do Norte e o resto do Reino Unido.

Leia Também: Irlanda do Norte suspende controlos aduaneiros após ameaças

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