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"Razões para esperança" no processo de paz israelo-palestiniano

O secretário-geral da ONU disse, na quinta-feira, que "há razões para ter esperança" no progresso para pôr fim ao conflito israelo-palestiniano de décadas, após anos de inação.

"Razões para esperança" no processo de paz israelo-palestiniano
Notícias ao Minuto

06:27 - 29/01/21 por Lusa

Mundo Guterres

António Guterres afirmou que a ONU vai explorar todas as iniciativas para facilitar "um verdadeiro processo de paz" com base na solução de dois Estados.

"Ficámos completamente bloqueados numa situação em que não havia progressos visíveis", indicou, numa referência clara à antiga administração dos Estados Unidos, sem nomear o ex-Presidente Donald Trump.

Guterres também não mencionou o anúncio de terça-feira da administração do Presidente norte-americano, Joe Biden, de que estava a restaurar as relações com os palestinianos e a renovar a ajuda aos refugiados palestinianos, numa alteração das políticas de Trump e um elemento-chave no apoio a uma solução de dois Estados.

O secretário-geral deixou claro que a abordagem mais equilibrada de Biden abriu a possibilidade de reuniões do Quarteto de mediadores do Médio Oriente (Estados Unidos, ONU, UE e Rússia), anteriormente bloqueadas, bem como de esforços de paz mais amplos.

"Há muito tempo que tentámos realizar uma reunião do Quarteto, mas nunca tivemos o acordo de todos os membros para que isso fosse possível", disse Guterres, em conferência de imprensa.

O responsável considerou que uma reunião do Quarteto, até com uma fórmula alargada a outros atores na região, é "possível agora", mas um processo de paz só pode ser bem sucedido se se basear numa solução de dois Estados e "em todos os acordos internacionais já existentes a este respeito", alertou.

Guterres manifestou a esperança de que as eleições palestinianas e israelitas "contribuam também para criar um ambiente positivo para o futuro do processo de paz" e "para que os direitos do povo palestiniano, nomeadamente os direitos à autodeterminação e à independência, sejam plenamente respeitados".

Os palestinianos agendaram eleições legislativas para 22 de maio e eleições presidenciais para 31 de julho, enquanto Israel tem marcadas legislativas em 23 de março.

Desde que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, foi eleito pela primeira vez há mais de uma década, não decorreram conversações de paz substantivas entre Israel e os palestinianos e os dois lados estão divididos sobre questões centrais do conflito.

A administração Trump deu um apoio sem precedentes a Israel, reconheceu Jerusalém como capital de Israel e transferiu a embaixada dos Estados Unidos de Telavive, cortou a assistência financeira aos palestinianos e inverteu o curso sobre a ilegitimidade dos colonatos israelitas em terras reclamadas pelos palestinianos.

O plano de paz de Trump, apresentado há um ano e rejeitado pelos palestinianos, previa um Estado palestiniano desarticulado, com a cedência de zonas fundamentais da Cisjordânia a Israel, e o apoio a Israel em questões controversas fundamentais, incluindo as fronteiras e o estatuto de Jerusalém e dos colonatos judeus.

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