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Afeganistão: Talibãs "não renunciaram ao terrorismo", diz EUA

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos acusou hoje os radicais islâmicos talibã de "não renunciarem ao terrorismo" no Afeganistão, pondo em causa o acordo de paz de 2020 e os objetivos de retirada de tropas norte-americanas.

Afeganistão: Talibãs "não renunciaram ao terrorismo", diz EUA
Notícias ao Minuto

23:04 - 28/01/21 por Lusa

Mundo Afeganistão

Depois de, na semana passada, o novo Conselheiro de Segurança Nacional da Presidência, Jake Sullivan, comunicar ao Governo do Afeganistão a intenção de avaliar o cumprimento pelos talibãs do acordo de paz, hoje o porta-voz do Pentágono declarou que estes "não estão a respeitar os seus compromissos".

"Enquanto eles não respeitarem o seu compromisso de renunciar ao terrorismo e pôr fim aos ataques violentos contra o exército afegão (...), é muito difícil ver como chegar a um acordo negociado", disse Kirby, que mencionou explicitamente os laços entre os talibãs e a organização terrorista internacional Al-Qaeda.

"Eu gostaria de transmitir à liderança dos talibãs que eles tornam qualquer decisão final sobre a presença militar (dos EUA) muito mais difícil com a sua relutância em encetar negociações razoáveis, viáveis ??e confiáveis", adiantou.

O acordo concluído pelo ex-secretário de Estado Mike Pompeo, que abriu caminho à retirada das tropas norte-americanas de território afegão até meados de 2021, seguiu-se a 19 anos de conflito, tendo para os talibãs como principal compromisso não permitir a atuação de grupos terroristas em zonas sob seu controlo. 

Prevê ainda negociações de paz diretas entre os talibãs e o Governo de Cabul, que tiveram início em setembro de 2020, mas sem resultados concretos quanto a uma redução da violência.

Em audiência de confirmação no Senado, o secretário de Estado indigitado por Biden, Antony Blinken, já havia considerado necessário avaliar o cumprimento do acordo, apontando como indispensável preservar os avanços em termos de direitos das mulheres e crianças, a que os talibãs se têm vindo a opor nas zonas sob seu controlo.

Na semana passada, duas juízas do Supremo Tribunal do Afeganistão foram mortas a tiro em Cabul, na capital, palco de vários atentados nos últimos meses.

Os assassínios seletivos de jornalistas, políticos e defensores dos direitos humanos são cada vez mais frequentes no país, com Cabul e várias províncias a registarem um aumento da violência nos últimos meses.

As autoridades afegãs e Washington atribuíram estes ataques aos talibãs, apesar de o grupo extremista Estado Islâmico ter reivindicado alguns atentados.

A 10 de janeiro, um antigo jornalista afegão que era porta-voz da Força de Proteção Pública Afegã (APPF) morreu em Cabul, juntamente com dois colegas, na explosão de uma bomba colocada na berma da estrada.

Em 07 de janeiro, pelo menos 23 civis e membros das forças de segurança morreram em diferentes ataques no Afeganistão.

Hoje, o porta-voz do Pentágono afirmou que o dispositivo militar norte-americano no terreno é suficiente para a atual missão, mas também que "nenhuma decisão foi tomada sobre como será essa presença militar no futuro". 

Este mês, o número de tropas norte-americanas em território afegão desceu para 2.500, o nível mais baixo desde 2001.

A situação no Afeganistão foi também discutida em conversa telefónica entre o novo secretário da Defesa, Lloyd Austin, e o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, segundo comunicado do Pentágono.

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