Tribunal russo rejeita recurso de Navalny contra a sua detenção
"Vocês não vão ser bem sucedidos a assustar dezenas de milhões de pessoas que foram roubados por este governo", sublinhou o opositor de Putin, que se dirigiu ao tribunal por videoconferência.
© Maxim Shemetov/Reuters
Mundo Alexei Navalny
Um tribunal russo rejeitou esta quinta-feira um recurso interposto pelos advogados de Alexei Navalny contra a sua detenção, adianta a Associated Press. Navalny, o principal opositor do presidente russo, Vladimir Putin, foi detido no dia 17 deste mês em Moscovo quando regressou da Alemanha, onde esteve cinco meses a recuperar do envenenamento por um agente nervoso de que foi vítima.
Navalny dirigiu-se ao tribunal por videoconferência a partir da cadeia onde se encontra detido. Denunciou atos criminosos cometidos contra si, que disse fazerem parte dos esforços do Kremlin para intimidarem a oposição.
“Vocês não vão ser bem sucedidos a assustar dezenas de milhões de pessoas que foram roubados por este governo”, declarou. Navalny considerou ainda que a sua detenção escarneceu de justiça. “Foi uma ilegalidade comprovada com o objetivo de assustar-me e a todos os outros”, acrescentou.
Navalny foi detido por um período de 30 dias. O opositor foi acusado de ter violado os termos de uma pena suspensa a que foi sentenciado em 2014. Agora, também enfrenta acusações de duas investigações criminais distintas.
Durante a audiência no tribunal, a defesa de Alexei Navalny argumentou que este estava na Alemanha a recuperar e não pôde cumprir junto das autoridades russas os termos dessa pena suspensa. Os seus advogados também contestaram a sua detenção, alegando repetidas violações nesse processo.
O Kremlin está a endurecer as investigações em torno de Navalny. Esta quarta-feira, a polícia russa fez várias operações de buscas nos escritórios do opositor e em propriedades a ele ligadas ou em apartamentos de familiares.
Na sequência de uma dessas operações, as autoridades detiveram o irmão de Alexei Navalny, Oleg. Também foram detidos outros aliados, como Lyubov Sobol, Anastasia Vasilyeva e Maria Alyokhina, que faz parte do coletivo Pussy Riot.
Todos foram detidos por um período de 48 horas, acusados de terem violado as medidas relacionadas com a pandemia de coronavírus por terem participado nos protestos contra a detenção de Navalny no passado fim de semana.
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