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Milhares de manifestantes protestam em Darfur contra violência tribal
Milhares de sudaneses manifestaram-se hoje em Geneina, capital do estado de Darfur, para exigir a demissão do governador, após a morte de 163 pessoas em confrontos tribais nas últimas duas semanas, segundo fontes de segurança e manifestantes.
© Getty Images
Mundo Violência
Uma fonte das forças de segurança na cidade de Geneina, que pediu anonimato, disse à agência espanhola Efe que cerca de 4.000 pessoas, na sua maioria pertencentes a tribos árabes, protestaram numa concentração pelo quinto dia consecutivo numa praça perto do quartel-general do comando do exército para exigir a demissão do governador, que pertence à tribo Masalit.
"A concentração paralisou a cidade porque todas as estradas e acessos de ligação ao estado foram encerrados, além da suspensão dos voos e do encerramento do aeródromo e de todas as instalações e mercados da cidade", afirmou a fonte.
A mesma fonte acrescentou que a cidade está isolada e sob a ameaça de escassez de produtos alimentares porque os camiões que transportam mercadorias não conseguem entrar na cidade.
O porta-voz dos manifestantes, Mohamed Noren, disse à Efe que tinham apresentado uma petição ao Comité de Segurança do Estado, exigindo a demissão do governador, Mohamed Abdullah.
"Apelamos à acusação dos envolvidos nos incidentes de Geneina, desde o governador do estado, por favorecer um dos lados do conflito, até ao último soldado envolvido na violência", disse Noren.
O porta-voz acrescentou que a concentração continuará até que as suas exigências sejam satisfeitas, que incluem a deslocação dos campos de refugiados para fora da cidade e o planeamento da área para as aldeias, bem como a substituição da força policial estatal por forças nacionais.
Em 15 de janeiro, eclodiu um conflito entre tribos árabes e africanas na sequência da morte de um jovem num campo de deslocados perto da cidade e, no dia seguinte, as autoridades impuseram um recolher obrigatório no estado.
Estes incidentes surgem após a missão de manutenção da paz da ONU em Darfur, UNAMID, ter terminado o seu mandato de 13 anos, apesar da oposição de muitos dos seus habitantes, incluindo os que se encontram nos 155 campos de deslocados que restam na região.
A saída da missão, decidida pelo Conselho de Segurança da ONU em 23 de dezembro a pedido do Governo sudanês, ocorreu apesar de na região existir ainda um grupo rebelde ativo e 1,8 milhões de pessoas deslocadas.
Leia Também: Sudão aprova 1.º orçamento após ter sido retirado da lista negra dos EUA
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