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Israel. População nos colonatos aumentou durante era Trump

A população dos colonatos israelitas cresceu a uma taxa maior do que a do país nos últimos quatro anos, disse hoje um grupo pró-colonos, coincidindo o período com o da aceitação dos colonatos pela administração norte-americana de Donald Trump.

Israel. População nos colonatos aumentou durante era Trump
Notícias ao Minuto

12:37 - 27/01/21 por Lusa

Mundo Israel

Segundo um relatório do West Bank Jewish Population Stats, o número de colonos cresceu cerca de 13% desde o início de 2017, atingindo as 475.481 pessoas.

Durante o mesmo período, a população de Israel aumentou cerca de 8%, para quase 9,3 milhões, de acordo com o Governo.

O relatório do grupo, com base em dados oficiais, não inclui os colonos em Jerusalém Oriental, que são mais de 200.000.

Israel anexou a zona, que considera parte da sua capital, o que não é reconhecido pela lei internacional.

O diretor do West Bank Jewish Population Stats minimizou a influência da política norte-americana, indicando que a taxa de crescimento anual diminuiu nos últimos anos, mesmo antes da pandemia de coronavírus. Os colonos na Cisjordânia aumentaram 2,62% em 2020, em comparação com 1,7% em Israel.

"Não penso que qualquer presidente norte-americano possa influenciar assim tanto, porque o crescimento no terreno (depende de) decisões internas do Governo israelita sobre a quantidade de construção", disse Baruch Gordon, citado pela agência norte-americana Associated Press.

Muitos colonos são judeus religiosos que tendem a ter famílias maiores, impulsionando o crescimento populacional, e muitos israelitas são atraídos para os colonatos pela habitação mais acessível.

Gordon indicou esperar que o crescimento continue, mesmo que o novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pressione Israel para o controlar.

"Os factos no terreno são mais fortes do que qualquer política externa norte-americana", salientou.

Richard Mills, embaixador adjunto dos Estados Unidos nas Nações Unidas, disse na terça-feira que "os Estados Unidos vão exortar o Governo de Israel e os palestinianos para que evitem ações unilaterais que tornem mais difícil a solução de dois Estados", como a anexação de territórios, instalação de colonatos, demolições ou a concessão de compensações para indivíduos na prisão por atos de terrorismo.

O objetivo será construir uma relação de confiança entre as duas partes que permita um regresso à mesa das negociações e que estas possam ser bem-sucedidas.

Mills anunciou que a administração norte-americana vai restabelecer as relações com os palestinianos e reiniciar o apoio aos refugiados palestinianos, depois dos cortes de Trump.

A administração de Trump também considerou que os colonatos não eram contrários ao direito internacional contra o consenso internacional.

Mike Pompeo, secretário de Estado de Trump, tornou-se no ano passado o primeiro chefe da diplomacia dos Estados Unidos a visitar um colonato.

As autoridades israelitas avançaram com planos para construir cerca de 800 casas em colonatos na Cisjordânia poucos dias antes de Trump deixar o cargo.

A organização israelita Peace Now, contra a colonização, revelou que Israel aprovou ou avançou a construção de mais de 12.000 habitações em colonatos em 2020, o maior número num único ano desde que iniciou os registos em 2012.

Israel capturou a Cisjordânia e Jerusalém Oriental na designada "guerra dos seis dias" em 1967.

Os palestinianos e grande parte da comunidade internacional veem os colonatos como ilegais e como um obstáculo à criação de um Estado da Palestina viável e contíguo.

Os colonos e os seus apoiantes consideram a Cisjordânia o centro bíblico e histórico do povo judeu e opõem-se a qualquer repartição.

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