EUA. Rejeitada no Senado moção para travar destituição de Trump
O Senado dos EUA rejeitou hoje uma tentativa do partido republicano para travar o processo de destituição do ex-presidente Donald Trump por "incitamento à violência" no Capitólio no início deste mês.
© Reuters
Mundo EUA
Uma moção apresentada pelo senador republicano do Kentucky Rand Paul contra a continuação do segundo processo de destituição de Trump foi rejeitada com 55 contra e 45 a favor.
A rejeição significa a validação pelo Senado do processo como constitucional e que o processo terá início, como previsto, na semana de 08 de fevereiro, depois de a Câmara dos Representantes ter já votado a favor da destituição.
A votação denota, contudo, que não existe suficiente apoio de senadores republicanos para que a destituição, a primeira a visar um presidente que já cessou funções, seja aprovada, o que exige uma maioria de dois terços no Senado.
Para condenar Trump, os democratas precisam do apoio de 17 senadores republicanos, sendo que poucos destes se mostraram favoráveis à destituição, apesar de se terem pronunciado criticamente em relação ao comportamento do ex-presidente antes e durante a invasão do Capitólio por apoiantes do ex-presidente, que consideravam fraudulenta a eleição de Biden.
Na segunda-feira, os argumentos iniciais da acusação contra o 45º presidente dos Estados Unidos foram lidos perante o Senado pelos nove congressistas democratas responsáveis pelo processo.
Jamie Raskin, congressista do Estado de Maryland que lidera a acusação, descreveu perante o Senado os motins de 06 de janeiro na sede do poder legislativo em Washington, em que cinco pessoas morreram.
O senador republicano John Cornyn afirmou que o castigo de Trump foi ter perdido as eleições e questionou as consequências de o Congresso começar a debater processos de destituição de ex-dirigentes políticos.
"Podemos voltar atrás e julgar o presidente Obama?", questionou Cornyn, com ironia.
Dado que Trump já não é presidente, o juiz-presidente do Supremo Tribunal, John Roberts, não irá presidir ao julgamento no Senado, ao contrário do que aconteceu no primeiro processo de destituição, cabendo a tarefa ao senador democrata Patrick Leahy.
Perante ameaças contra os senadores envolvidos no processo, e preocupação em relação a uma possível repetição da invasão do Capitólio, a força policial que protege a sede do poder legislativo norte-americano, a par de outras forças de segurança federais, requereram já que se mantenham em Washington os cerca de 13.000 elementos da Guarda Nacional que permanecem na capital.
A apresentação dos argumentos iniciais ficou agendada apenas para 08 de fevereiro, permitindo que até lá o Senado se mantenha focado nas audiências, já em curso, de confirmação dos nomeados pelo novo presidente, o democrata Joe Biden, e na discussão sobre as medidas de emergência relacionadas com a pandemia de Covid-19.
O período de duas semanas até início dos procedimentos sobre a destituição era também pretendido pelos republicanos, para que a equipa jurídica do ex-presidente tivesse mais tempo para preparar a sua defesa.
Caso seja condenado, o Senado poderá impedir Trump de voltar a assumir a Presidência.
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