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Ex-ministros do Brasil pedem a países europeus que ajudem a Amazónia

Nove ex-ministros do Ambiente do Brasil enviaram hoje uma carta aos governos francês, alemão e norueguês pedindo ajuda para "as populações mais frágeis e vulneráveis da Amazónia", face à pandemia de covid-19 e aos problemas ambientais.

Ex-ministros do Brasil pedem a países europeus que ajudem a Amazónia
Notícias ao Minuto

20:45 - 26/01/21 por Lusa

Mundo Covid-19

De acordo com a carta, nem o Governo Federal brasileiro nem os executivos locais têm condições para combater a pandemia na região.

"A Amazónia brasileira está sendo devastada neste momento por dupla calamidade pública, ambiental e de saúde, que necessita da urgente solidariedade e colaboração de países amigos interessados de forma genuína e desinteressada na solução dos problemas amazónicos", indica o documento, também endereçado às embaixadas da França, Alemanha e Noruega no Brasil.

Para isso, os ex-ministros pedem ajuda através da doação de materiais, medicamentos e equipamentos hospitalares, como cilindros e concentradores de oxigénio, centrais de produção de oxigénio medicinal, equipamentos para a instalação de Unidades de Terapia Intensiva, macas, oxímetros, compressores e remédios usados no tratamento hospitalar da covid-19, além de equipamentos que ajudam os pacientes a expandir a capacidade pulmonar.

Os antigos governantes pedem também aos líderes da Alemanha, Noruega, e de França que sejam intermediários, junto de outros chefes de Governo de "países desenvolvidos, desse urgente pedido de socorro que lhes dirigem os necessitados habitantes das florestas, tão severamente assolados pela pandemia".

"Incêndios criminosos, em larga escala, durante o período de estiagem, agravaram enormemente os problemas respiratórios causados pela pandemia da covid-19, contribuindo para a elevada taxa de óbitos na Amazónia. Infelizmente, as primeiras semanas de 2021 coincidem com o colapso hospitalar iniciado em Manaus" e que já se espalhou pelo interior do estado do Amazonas, frisa o texto.

"Uma característica particularmente cruel do colapso atual reside na ausência de oxigénio, o que vem provocando a morte atroz por asfixia de centenas de pessoas, às vezes aniquilando famílias inteiras", acrescenta a carta, assinada pelos ex-ministros José Goldemberg, Rubens Ricupero, Gustavo Krause, Izabella Teixeira, José Sarney Filho, José Carlos Carvalho, Marina Silva, Carlos Minc e Edson Duarte.

Os antigos responsáveis pela tutela do Ambiente do Brasil dizem conhecer bem a realidade da Amazónia e sabem, "por experiência, que nem o Governo federal nem os Governos locais possuem todos os meios indispensáveis para socorrer as populações mais frágeis e vulneráveis da região".

"Um gesto efetivo de solidariedade nesta hora dramática jamais será esquecido pelos brasileiros de todas as regiões e se constituirá em mais uma demonstração do compromisso de sua nação com a proteção da floresta amazónica e com o bem-estar de seus habitantes", concluiu a carta.

O colapso sanitário de Manaus, que elevou significativamente as mortes por covid-19, obrigou o executivo estadual do Amazonas a montar uma operação para transportar dezenas de doentes com covid-19 para outras cidades.

A escassez de oxigénio nos hospitais da região causou a morte por asfixia a mais de 50 pessoas nos últimos dias, principalmente nas cidades do interior, segundo cálculos do Ministério Público.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (217.664, em mais de 8,8 milhões de casos), depois dos Estados Unidos.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.140.687 mortos resultantes de mais de 99,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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