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Covid-19. Governo britânico resiste a alargar uso de máscaras FFP2 

A mudança das circunstâncias no combate à covid-19 pode vir a implicar a exigência do uso de máscaras tipo FFP2 nos transportes públicos e supermercados no Reino Unido, como defendem especialistas, mas o governo britânico resiste à decisão.

Covid-19. Governo britânico resiste a alargar uso de máscaras FFP2 
Notícias ao Minuto

16:29 - 26/01/21 por Lusa

Mundo Covid-19

Entre os especialistas figura o antigo ministro da Saúde Jeremy Hunt, presidente da Comissão Parlamentar sobre a Saúde e uma das principais vozes no escrutínio da estratégia do Governo no controlo da pandemia de covid-19.

"Analisámos a questão do equipamento de proteção individual em relação à nova variante e o conselho clínico que recebi é que as diretrizes atuais são corretas e apropriadas", respondeu o ministro da Saúde, Matt Hancock, na passada quinta-feira no parlamento.

O ministro respondia a uma pergunta de Jeremy Hunt, que numa entrevista este domingo ao jornal Observer, insistiu para que o uso de máscaras FFP2 seja obrigatório nos transportes públicos e lojas, tal como acontece na Áustria, Alemanha e França.

"Da última vez, esperámos muito antes de exigir as máscaras", disse Hunt, perante o risco de "cometer o mesmo erro novamente" e de as regras do confinamento não estarem a ter resultados suficientemente rápidos.

O antigo ministro, e candidato derrotado por Boris Johnson para a liderança do Partido Conservador, juntou assim a sua voz a outros cientistas, como a professora da universidade de Oxford, Trisha Greenhalgh, após a disseminação da variante detetada no país, designada por B117.

"O contexto mudou. Precisamos usar [máscaras] de nível médico", disse na rede social Twitter, dizendo que o vírus que causa a covid-19 é mais contagioso, a incidência de casos era menor e havia falta de máscaras daquele tipo no mercado, incluindo para os profissionais de saúde.

No início de janeiro, a ordem dos médicos britânica, a British Medical Association, e a ordem dos enfermeiros, Royal College of Nursing, também pediram ao Governoa distribuiçãode máscaras tipo FFP a todos os que trabalham em hospitais e não apenas os da linha da frente.

O Governo britânico só decretou obrigatório o uso de "coberturas para a cara", ou máscaras comunitárias,nos transportes públicos em junho do ano passado, muito mais tarde do que a maioria dos países europeus, e em lojas e outros espaços fechados, como museus, bancos e igrejas, um mês mais tarde.

A demora foi visível no Parlamento, onde os deputados só começaram a usar máscaras em janeiro, reforçando outras medidas de distanciamento social em vigor, como o limite de pessoas no interior da Câmara dos Comuns e regras para entrar e sair das bancadas.

As máscaras cirúrgicas e de tecido protegem as outras pessoas de grandes gotículas respiratórias lançadas por infetados quando falam, tossem ou espirram, mas as máscaras tipo FFP2 ou FFP3 também protegem o utilizador porque filtram a entrada e a saída de ar e podem impedir a entrada de gotículas menores ou aerossóis.

As máscaras de tipo FFP3 são aquelas usadas por profissionais de saúde nas unidades de cuidado intensivo, normalmente mais caras.

Atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que as máscaras de nível médico médicas ou cirúrgicas devem ser usadas por profissionais de saúde, pessoas com sintomas de covid-19 e respetivos cuidadores, ou pessoas com mais de 60 anos ou com outras comorbilidades quando frequentem espaços onde o distanciamento de pelo menos um metro não pode ser respeitado.

O Reino Unido é o quinto país no mundo com o maior número de mortes de covid-19, 98.531 desde o início da pandemia, das quais mais de 30 mil mas últimas cinco semanas.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.140.687 mortos resultantes de mais de 99,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 10.469 pessoas dos 636.190 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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